Megaprotesto contra Elon Musk mira mais de 200 lojas da Tesla ao redor do mundo
Uma série de manifestações contra o bilionário começou desde o início do mandato de Trump. Essa promete ser a maior de todas

Centenas de protestos em lojas e concessionárias da Tesla devem ocorrer mundo afora no sábado, 29. Os organizadores apelidaram conjunto de atos de Dia de Ação Global para Derrubar a Tesla, mais recente e maior exemplo de uma série de manifestações contra o CEO da montadora de veículos, Elon Musk, que começaram logo após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Cada vez mais envolvido na gestão, o bilionário tornou-se motivo de descontentamento e apreensão globalmente.
Os organizadores dizem que os protestos ocorrerão em frente a mais de 200 lojas e concessionárias da Tesla internacionalmente, mas principalmente nos Estados Unidos – incluindo em quase 50 somente na Califórnia.
O objetivo dos manifestantes é enviar uma mensagem ao governo Trump de que eles são contra as ações do CEO da Tesla, Elon Musk, no governo federal – demitir milhares de trabalhadores, cortar orçamentos de departamentos, fazer saudações nazistas e extinguir agências inteiras.
“Ninguém votou em Elon”, disse Vickie Mueller Olvera, uma das organizadoras dos protestos em São Francisco. “Ele é um superbilionário não eleito, e é um bandido.” Musk trabalha como um “funcionário especial do governo”, uma espécie de limbo contratual no qual comanda a força-tarefa apelidada de Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês).
O Dia de Ação Global para Derrubar a Tesla se descreve como um movimento popular descentralizado que “protestará contra a Tesla enquanto Elon Musk continuar a destruir os serviços públicos”. O grupo diz em seu site que o magnata está “destruindo nossa democracia usando a fortuna que construiu na Tesla” e, portanto, estão “tomando medidas na Tesla”.
Vendas em queda livre
Consumidores também vêm reagindo negativamente às interferências de Musk em assuntos políticos (nos Estados Unidos e na Europa, onde ele apoia a extrema direita) e de seu papel como conselheiro sênior do governo Trump.
As vendas e a participação no mercado da Tesla despencaram na Europa em fevereiro, mostraram dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) divulgados na terça-feira 25. Trata-se do segundo mês consecutivo de queda no continente, mesmo que europeus estejam progressivamente aderindo a veículos elétricos.
Em fevereiro do ano passado, a empresa controlava 2,8% do mercado total e 21,6% do mercado de veículos elétricos (BEV, sigla para carros movidos à bateria). Agora, detém cerca de 1,8% do geral e apenas 10,3% do setor de BEV. Ela vendeu menos de 17 mil automóveis na União Europeia (UE), Reino Unido e países da Associação Europeia de Livre Comércio no mês, contra 28 mil no mesmo período em 2024.
No geral, as vendas de veículos elétricos dispararam 26,1% em relação a fevereiro do ano passado, apesar da redução de 3,1% na comercialização de automóveis. O crescente interesse em carros elétricos no segundo maior mercado de veículos elétricos do mundo é resultado das metas de emissões de poluentes da UE e ao barateamento de veículos nos novos lançamentos.
+ Interferências políticas de Musk aumentam, e vendas da Tesla desabam na Europa
É apenas o início dos desafios da Tesla na Europa. A fabricante de Musk é dona de uma linha menor e datada quando comparada às montadoras modernas no continente e dos rivais chineses, que vendem carros mais baratos. A queda também ocorre após o seu envolvimento com as políticas de Trump e a sua participação em comícios do partido de extrema direita alemão AfD, levando à queda de prestígio da Tesla na região. Antes, ele fez uma saudação entendia por muitos como nazista.
No Reino Unido, criticou abertamente o primeiro-ministro Keir Starmer e outros políticos por um suposto acobertamento de um escândalo, sem apresentar evidências, e gerou ira do presidente francês, Emmanuel Macron, após uma enxurrada de publicações nas redes sociais criticando políticos proeminentes europeus.