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Mais de 100 ONGs alertam para ‘fome em massa’ provocada por Israel em Gaza

Ministério da Saúde palestino afirma que 111 pessoas morreram por fome e desnutrição em poucas semanas, dez delas nas últimas 24 horas

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 jul 2025, 09h01

Mais de 100 grupos humanitários e de direitos humanos lançaram um alerta nesta quarta-feira, 23, para a “fome em massa” que se alastra por toda a Faixa de Gaza, responsabilizando Israel pela crise no enclave. As ONGs apelaram que governos em todo o planeta tomem medidas urgentes, exigindo, inclusive, um cessar-fogo imediato e permanente e o fim de todas as restrições à ajuda humanitária que ainda afetam o território palestino.

Em um comunicado assinado e divulgado na quarta-feira por 109 organizações, incluindo Mercy Corps, Anistia Internacional, ActionAid, Conselho Norueguês para Refugiados e os Médicos Sem Fronteiras (MSF), os grupos alertaram que a fome crescente da população está se espalhando por toda extensão do enclave sitiado.

Toneladas de alimentos, água potável, medicamentos e outros suprimentos permanecem intocados nos arredores de Gaza. Israel impediu que organizações humanitárias de acessarem e entregarem os itens, disse a carta.

“Enquanto o cerco do governo israelense mata de fome a população de Gaza, os trabalhadores humanitários agora se juntam às mesmas filas de alimentos, correndo o risco de serem baleados apenas para alimentar suas famílias. Com os suprimentos totalmente esgotados, as organizações humanitárias estão testemunhando seus próprios colegas e parceiros definhando diante de seus olhos”, afirmou o texto. “O sistema humanitário não pode se basear em falsas promessas. Sob o cerco total, as restrições, os atrasos e a fragmentação do governo de Israel criaram caos, fome e morte”, acrescentou.

Dez novas mortes relacionadas à fome e à desnutrição foram registradas nas últimas 24 horas por hospitais na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde local. A contagem eleva o total de mortos por fome no território nas últimas semanas para 111.

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Distribuição falha

Após o fracasso das negociações para estender o último cessar-fogo na guerra Israel-Hamas, o Exército israelense impôs um bloqueio total a Gaza em 2 de março, não permitindo a entrada de alimentos, medicamentos, combustível ou água. Segundo Tel Aviv, o grupo terrorista palestino estava interceptando os suprimentos destinados à população. Caminhões foram novamente autorizados a levar ajuda humanitária, aos poucos, no final de maio.

No entanto, a operação só retornou sob o comando da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma empresa privada administrada pelos Estados Unidos e Israel que substituiu as Nações Unidas no fornecimento de ajuda humanitária. Segundo Tel Aviv, a troca foi necessária porque a UNRWA, principal agência da ONU no enclave palestino, estaria em conluio com o Hamas. (Após uma investigação interna, a UNRWA demitiu nove de seus 13 mil funcionários sob suspeita de envolvimento no ataque a comunidades israelenses em outubro de 2023, que desencadeou a guerra, mas não encontrou evidências das alegações mais amplas de Israel.)

Desde que a operação da GHF foi montada no final de maio, mais de 1.000 pessoas famintas foram mortas tentando obter alimentos em centros de distribuição, a maioria alvejada por soldados israelenses. A empresa vem recebendo cada vez mais críticas devido aos seus métodos de entrega – em um número limitado de locais fortemente militarizados. A GHF administra apenas quatro locais para alimentar 2 milhões de pessoas. Antes, a UNRWA sustentava mais de 400 pontos de distribuição de ajuda. As Nações Unidas, no final de junho, condenaram a “transformação de alimentos em armas” por Israel na Faixa de Gaza, o que definiu como um “crime de guerra”.

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Nesta quarta, as ONGs também apelaram que líderes mundiais exijam o levantamento de todas as restrições burocráticas e administrativas à distribuição de ajuda humanitária em Gaza, bem como a reabertura de todas as travessias terrestres nas fronteiras do enclave, a garantia de acesso a qualquer pessoa, a rejeição da operação humanitária controlada por militares e o restabelecimento de uma “resposta humanitária baseada em princípios e liderada pelas Nações Unidas”. Para isso, defendeu que Estados devem interromper a transferência de armas e munições a Israel, como forma de fazer pressão pela interrupção do cerco.

No início da semana, 25 países pediram o fim imediato da guerra, afirmando que o sofrimento em Gaza “atingiu novos patamares”. A União Europeia também alertou Israel sobre a necessidade de medidas em relação ao agravamento da crise de fome em Gaza, enquanto os Estados Unidos disseram que o enviado do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, irá à Europa para negociações sobre um cessar-fogo e um “corredor” de ajuda humanitária.

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