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“Maduro vai cair”, afirma ex-chefe de inteligência da Venezuela

Aliado do chavismo por mais de uma década, Cristopher Figuera denunciou nos EUA os esquemas de corrupção e a presença de células terroristas no país

Por Da Redação
Atualizado em 25 jun 2019, 17h03 - Publicado em 25 jun 2019, 16h08

O ex-chefe do serviço de inteligência da Venezuela Cristopher Figuera, afirmou ter certeza de que o ditador Nicolás Maduro será destituído do cargo. Antes aliado do governo chavista, o militar refugiou-se na Colômbia depois de coordenar uma rebelião fracassada contra o governante em abril e desembarcou na segunda-feira 24 nos Estados Unidos.

“Até o momento, o regime está à nossa frente. Mas isto pode mudar rapidamente”, completou, desvincilhando-se de comentar os fracassos da oposição venezuelana em derrubar o governo, liderados pelo autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó.

Figuera foi demitido do cargo de diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), uma espécie de CIA venezuelana, após se juntar a uma rebelião de militares.

Ele foi chefe de segurança do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, mentor de Maduro por quase uma década. Além disso, preparou-se para assumir a Sebin em Cuba e atingiu o auge do poder em outubro do ano passado, quando foi apontado como chefe da polícia de inteligência.

Apesar disso, Figuera foi um dos primeiros aliados do chavismo a apoiar a insurreição da Assembleia Nacional, em abril, e passou dois meses escondido na capital colombiana até chegar aos Estados Unidos, de acordo com o Washington Post.

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Célula terrorista

O Post afirmou ainda que o ex-chefe de inteligência revelou graves atos de corrupção do governo de Maduro. Figuera citou negócios ilícitos no comércio de ouro, com a participação de um assistente de Nicolás Maduro Guerra, filho do presidente venezuelano.

“Percebi que Maduro é o chefe de uma empresa criminal, com a própria família envolvida”, disse Figuera, chamado de “espião” da CIA por Maduro.

Ele também afirmou que células do Hezbollah operam em vários pontos da Venezuela e revelou uma forte influência cubana no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, com ligações constantes do ex-presidente de Cuba Raúl Castro a Maduro.

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O Hezbollah, um grupo fundamentalista islâmico do Líbano, está na lista de organizações terroristas de países como Estados Unidos, Reino Unido e Israel, apesar de ser respeitado como uma força de defesa no mundo árabe. 

Figuera ainda denunciou casos de lavagem de dinheiro vinculados ao ex-vice-presidente venezuelano Tareck Aissami, atual ministro da Indústria. Aissami é acusado de narcotráfico nos Estados Unidos.

Suas declarações e a notícia de seu desembarque nos Estados Unidos foram divulgadas no mesmo dia que o ex-comandante da polícia venezuelana Iván Simonovis, detido em 2004, anunciou sua liberdade no Twitter, ao lado de fotos na capital americana. Ele era tido pela oposição e por organizações de defesa dos direitos humanos como um dos “presos políticos” mais antigos na Venezuela.

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“Estou livre! Estou na rua graças ao esforço de muitas pessoas, mas especialmente dos funcionários ativos que não estão a serviço da tirania. Eles estão do lado correto: o da Liberdade e Democracia para a Venezuela”, escreveu Simonovis.

O ex-comandante cumpria pena de 30 anos de prisão por cometer dois assassinatos durante a tentativa de golpe de Estado contra Chávez em 2002 e deixou a prisão domiciliar a que estava submetido há cinco anos em 16 de maio. Ele recebeu um “indulto” emitido por Guaidó.

Assim como Figuera, Simonovis mantinha seu paradeiro em segredo. Mas, na segunda-feira 24, tuitou duas fotos ao lado do monumento em homenagem ao libertador Simón Bolívar no centro da capital americana Washington.

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