Macron se salva de moções de censura por caso de guarda-costas
Segurança do presidente foi filmado se passando por policial e agredindo manifestantes em Paris
O governo da França derrotou com folga nesta terça-feira 31 duas moções de censura apresentadas por parlamentares da oposição contra a maneira como lidou com um escândalo envolvendo o guarda-costas de Emmanuel Macron.
Estas foram as primeiras moções de censura apresentadas na Assembleia Nacional francesa contra o governo desde a vitória de Macron na eleição presidencial de 2017.
A moção apoiada pelo partido de conservador Os Republicanos (LE), de oposição, obteve 143 votos, muito menos do que os 289 necessários para depor o governo. Uma segunda votação da moção dos opositores de esquerda reuniu apenas 74 votos.
O partido de Macron, a República em Marcha, tem maioria absoluta na câmara baixa da Assembleia Nacional.
Apesar da vitória parlamentar, o caso do guarda-costas Alexandre Benalla impactou a Presidência de Macron, afetou a sua popularidade e prejudicou o cronograma de parte de sua agenda.
Benalla, um dos colaboradores de maior confiança do presidente, foi filmado agredindo dois manifestantes durante um protesto em Paris, quando se fazia passar por policial. Macron foi muito criticado por demitir o funcionário só depois de o vídeo ter sido revelado pela imprensa.
Além de forçar o governo a adiar uma reforma constitucional, o caso afetou o presidente nas pesquisas – atualmente, sua popularidade mal chega a 36%, segundo uma sondagem recente. O episódio também estimulou uma oposição fragmentada que vinha definhando desde a grande vitória de Macron no ano passado.
Na história da V República francesa, instaurada em 1958, apenas uma moção de censura foi aprovada, em 1962, e derrubou o governo de Georges Pompidou.
(Com Reuters, AFP e EFE)