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Lula e Xi Jinping assinam 37 acordos de cooperação, mas Nova Rota da Seda fica de fora

São mais de 15 áreas de atuação, incluindo intercâmbio educacional, cooperação tecnológica, desenvolvimento sustentável e agronegócio

Por Paula Freitas Atualizado em 20 nov 2024, 18h14 - Publicado em 20 nov 2024, 15h03

Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Xi Jinping, assinaram 37 acordos de cooperação nesta quarta-feira, 20, com uma extensão que abrange mais de 15 áreas, incluindo intercâmbio educacional, cooperação tecnológica, desenvolvimento sustentável e agronegócio. No entanto, a adesão plena à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), um projeto trilionário chinês conhecido como “Nova Rota da Seda”, ficou de fora.

“O presidente Xi e eu decidimos elevar a parceria estratégica global ao patamar de comunidade de futuro compartilhado por um mundo mais justo e um planeta sustentável”, disse Lula após a bilateral. “Estamos determinados a alicerçar nossa cooperação pelos próximos 50 anos em áreas como infraestrutura sustentável, transição energética, inteligência artificial, economia digital, saúde e aeroespacial.”

O governo brasileiro optou por não aderir integralmente à Nova Rota da Seda, programa iniciado em 2013 e que prevê construções e investimentos para ampliar a presença chinesa mundo afora, por não enxergar benefícios concretos para o país. O petista escolheu, então, assinar um plano de “sinergias”, que abrange o Programa de Aceleração do Crescimento, o Plano Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica e o Programa Rotas da Integração Sul-americana.

“Para dar concretude às sinergias, uma força-tarefa sobre cooperação financeira e outra sobre desenvolvimento produtivo e sustentável serão estabelecidas e deverão apresentar projetos prioritários em até dois meses”, explicou Lula.

+ Depois de chamar governo chinês de ‘assassino’, Milei se reúne com Xi Jinping no G20

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Economia e diplomacia

A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Apenas entre janeiro a outubro deste ano, as exportações brasileiras ao gigante asiático chegaram a 83,4 bilhões de dólares, enquanto as importações ficaram em 52,9 bilhões de dólares. Os números do Ministério das Relações Exteriores (MRE) representam um superávit de 30,4 bilhões de dólares. Mas, segundo Lula, os dois países apresentam mais interesses em comum, além da economia.

“China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar. Os entendimentos comuns para a crise na Ucrânia são exemplos da convergência de visões em matéria de segurança internacional. Jamais venceremos o flagelo da fome em meio à insensatez das guerras”, afirmou.

“A Aliança Global contra a Fome é uma das iniciativas mais importantes da presidência brasileira do G20. A China foi parceira de primeira hora nessa empreitada para devolver a dignidade aos 733 milhões de pessoas que passam fome no mundo, em pleno século 21”, acrescentou Lula.

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