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Lula diz não reconhecer vitória de Maduro e que venezuelano ‘deve explicações’

"Se ele tiver bom senso, poderia (...) quem sabe até convocar novas eleições", disse em entrevista à Rádio T, de Curitiba

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 ago 2024, 17h02 - Publicado em 15 ago 2024, 11h07

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 15, que não reconhece a vitória de Nicolás Maduro nas eleições da Venezuela. Em entrevista à Rádio T, de Curitiba, o petista afirmou ainda que o líder venezuelano “sabe que está devendo” explicações sobre o pleito e poderia convocar novas eleições.

Sobre o fato de reconhecer ou não o pleito, Lula disse: “Ainda não (reconheço que ganhou a eleição). Ele sabe que está devendo uma explicação. Ele sabe disso”.

“Se ele tiver bom senso, poderia fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições e estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê nacional que participe todo mundo e deixe entrar olheiros do mundo inteiro”, disse.

Na madrugada de 29 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país anunciou a vitória de Maduro, mas até agora não apresentou os dados detalhados por mesa de votação. A oposição denunciou fraudes e afirmou estar em posse de 80% das atas, que comprovariam a vitória de González. O governo nega as irregularidades e classifica as provas como falsas. Segundo o CNE, Maduro foi eleito com 51,2% dos votos, enquanto o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, ficou com 44%. Já a contagem paralela, apresentada pela oposição, aponta González como vencedor do pleito, com 67% dos votos.

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Logo após o pleito, o governo brasileiro disse à Venezuela que não reconhecerá a reeleição de Maduro sem que as atas de todas as urnas sejam publicadas, tentando junto de Colômbia e México a abertura de diálogo entre o governo e a posição.

A indefinição eleitoral no país segue promovendo um estado de caos político. Os dados mais recentes, da última terça-feira, contabilizam ao menos 24 mortos e 2.200 detidos nos protestos que eclodiram após o anúncio de reeleição de Maduro. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou nesta terça profunda preocupação com o elevado número de “prisões arbitrárias” e o “uso desproporcional” da força para reprimir manifestantes que foram às ruas contra a reeleição de Maduro.

No sábado, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano informou que iniciou uma auditoria das eleições. A presidente da corte, Caryslia Rodríguez, afirmou que a decisão sobre a legitimidade do pleito terá “caráter inapelável” e será de “cumprimento obrigatório”. O TSJ é alinhado ao chavismo e realizará a perícia a pedido do próprio Maduro.

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