Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Lukashenko admite que excedeu tempo na Presidência, mas não deixará cargo

Apesar da pressão popular por sua saída, líder de Belarus, apelidado de 'último ditador da Europa', justifica-se dizendo que 'só eu posso defender' o país

Por Da Redação
8 set 2020, 18h17

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, admitiu nesta terça-feira, 8, que ficou no poder além do limite, mas descartou a possibilidade de deixar o cargo devido a protestos a favor de sua renúncia. Apelidado de ‘último ditador da Europa’ por estar no poder há 25 anos, ele afirma que Belarus cairá com um banho de sangue caso ele deixe o cargo, declarando que a Rússia será a próxima.

“Sim, talvez eu tenha ficado um pouco mais na poltrona, mas, efetivamente, agora só eu posso defender Belarus”, afirmou Lukashenko a emissoras russas, na primeira entrevista desde que venceu as eleições para um sexto mandato consecutivo – quando foi acusado de fraude pela população e pela comunidade internacional.

Desde que os resultados da corrida eleitoral foram divulgados no dia 9 de agosto, afirmando que o governante derrotara a adversária Svetlana Tikhanovskaya com 80% dos votos, uma onda de protestos toma conta de Belarus. O movimento, que já mobilizou mais de 100.000 pessoas, é rejeitado por Lukashenko. Segundo ele, caso atenda aos pedidos por sua renúncia, pode acontecer um banho de sangue.

“Não sairei assim. Dediquei 25 anos à construção de Belarus. Não vou jogar tudo para o alto de uma vez. Além disso, se eu sair, meus apoiadores vão cobrar”, afirmou.

Continua após a publicidade

O ‘último ditador da Europa’ também disse que “se Belarus cair, a Rússia será a próxima”, porque “todo o sistema cairá”. Durante sua campanha eleitoral, após acusar a Rússia de tentar derrubá-lo por se recusar a se submeter a Moscou, Lukashenko deu uma guinada de 180 graus, pedindo o apoio do país frente às manifestações sem precedentes contra sua vitória. O presidente russo, Vladimir Putin, já disse que estava pronto para enviar tropas, caso necessário.

Apesar de disposto a compartilhar o poder com outras lideranças políticas, novas eleições não vão ocorrer “até que me matem”, segundo o presidente. De acordo com a agência estatal de notícias Belta, Lukashenko anunciou que poderia entregar o poder após um referendo sobre possíveis mudanças na Constituição. Segundo ele, as mudanças já estão em andamento, mas não acontecerão sob pressão.

A oposição, representada por um conselho criado para coordenar uma transição política, recebeu esse plano de mudanças com desconfiança, mas Lukashenko disse que não cogita negociar com o grupo – que é perseguido pelas forças de segurança bielorrussas.

“Não vou conversar com o conselho de coordenação da oposição, pois não sei quem são essas pessoas. Elas não são oposição nenhuma”, argumentou, ao acusar os integrantes da entidade de quererem “quebrar” laços com a Rússia e de planejarem medidas para tirar a gratuidade da educação e da saúde.

O governante justificou a prisão, também nesta terça-feira, da líder opositora Maria Kolesnikova, desaparecida desde o dia anterior, dizendo que ela havia tentado fugir ilegalmente para a Ucrânia. A oposição afirma que ela foi sequestrada e coagida a deixar o país, mas recusou-se, rangando o próprio passaporte.

Continua após a publicidade

(Com AFP e EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.