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Lojas voltam a fechar em Buenos Aires após aumento de casos da Covid-19

Na capital argentina e sua periferia, onde vivem 14 milhões de pessoas, os contágios quintuplicaram nas últimas duas semanas

Por AFP 26 Maio 2020, 22h31

As grandes avenidas de Buenos Aires estavam nesta terça-feira, 26 com as lojas fechadas, exceto as essenciais, incluindo alimentos e medicamentos, devido a novas restrições impostas após um aumento de contágios do novo coronavírus.

“Desde que sirva para minimizar o risco de contágio dessa pandemia, tudo bem para mim”, disse Daniel Mansilla, trabalhador de 42 anos da Avenida Santa Fé, epicentro comercial da classe média na capital argentina.

Em Buenos Aires e sua periferia, onde vivem 14 milhões de pessoas, os contágios quintuplicaram nas últimas duas semanas.

Por esse motivo, as autoridades estenderam o confinamento até 7 de junho e recuaram em algumas medidas de flexibilização.

“Acho que a dicotomia que se fala entre saúde e economia é um grande erro. É preciso encontrar um ponto intermediário”, disse Claudio Lozano, médico de 65 anos.

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Na Argentina, foram registrados 12.615 casos, com 471 mortes e 4.167 pacientes recuperados. Do total, 80% correspondem a Buenos Aires e periferia. A taxa de mortalidade é de 9,8 por milhão de habitantes em um país com uma população de 44 milhões.

‘Abrir para pagar despesas’

“Tínhamos um negócio de roupas femininas há mais de 20 anos e, devido à situação de emergência da pandemia, não podemos estar abertos e, portanto, mudamos de ramo”, disse Gabriela Tenor, 49 anos e co-proprietária de uma loja na tradicional avenida.

A loja agora vende máscaras, álcool gel e outros produtos relacionados à necessidade de prevenir a Covid-19. “Tivemos que nos reinventar. Por causa da quarentena, estávamos sem trabalho e abrimos mesmo que fosse para pagar algumas despesas”, disse Tenor.

A Argentina está entre os países da região com menor incidência da Covid-19, situação atribuída à imposição de um rígido isolamento social obrigatório desde o início da pandemia, que completou 68 dias nesta terça-feira.

“Com relação à nova restrição, esperamos que não nos prejudique. Não temos mais roupas. Se Deus quiser, haverá um pouco de vendas de coisas muito úteis devido à pandemia”, disse a comerciante.

Nas ruas laterais, negócios não essenciais ainda são permitidos, mas o atendimento é feito na porta. Supermercados, quitandas, farmácias, bares que vendem por entrega a domicílio e aqueles que oferecem produtos para prevenir doenças continuaram a operar.

Lojas não essenciais haviam sido autorizadas a reabrir há duas semanas, mas o governo da capital recuou devido ao aumento dos contágios. “Temos conhecidos na outra rua que estão esvaziando a loja. É triste. Há um sapataria de gente super trabalhadora que decidiu fechar”, disse Tenor.

Nos 22 distritos restantes do país, exceto na província de Buenos Aires e na capital, a reabertura de atividades avançou esta semana, em algumas províncias quase totalmente.

No entanto, a suspensão das aulas foi mantida em todos os níveis educacionais, além de eventos esportivos e musicais, entre outros.

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