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Líderes europeus se unem para enfrentar Trump no G20

Reunião foi convocada por Angela Merkel com o objetivo de alinhar um discurso único para os europeus durante o encontro dos principais dirigentes mundiais

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h18 - Publicado em 29 jun 2017, 18h52

Os líderes de sete países europeus – Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Holanda e Noruega – reafirmaram nesta quinta-feira seu compromisso a favor do clima e do livre comércio, em uma clara advertência ao presidente americano Donald Trump, antes da cúpula do G20 que acontece em Hamburgo na próxima semana.

“Reafirmamos claramente o nosso forte compromisso com o Acordo de Paris e a nossa vontade de avançar”, disse o presidente francês Emmanuel Macron, em sintonia com a chanceler alemã Angela Merkel, responsável por convocar o encontro, que teve o objetivo de alinhar um discurso único para os europeus durante o encontro dos principais dirigentes mundiais. “Espero que os outros possam voltar ao caminho da razão”, acrescentou Macron.

A chanceler alemã, que não citou Trump diretamente, foi bastante dura em suas em suas críticas ao presidente americano ao apelar  pela unidade europeia. A primeira-ministra britânica, Theresa May, também reafirmou o compromisso do seu governo com o Acordo de Paris para limitar o impacto dos gases do efeito estufa.

A cúpula do G20, grupo dos países que representam três quartos do comércio mundial, se anuncia como um dos encontros internacionais mais problemáticos dos últimos anos. Segundo várias fontes diplomáticas, os trabalhos preparatórios do G20 para chegar a uma declaração comum parecem “muito difíceis”. Os protestos pela chegada de Trump também prometem ser significativos.

“Anti-Europa”

Diante das dificuldades com Washington, Merkel também espera aproveitar o G20 para formar alianças sobre questões climáticas ou comerciais com potências asiáticas emergentes, como a Índia ou a China, embora isso não lhe impeça de desconfiar das ambições de Pequim.

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Em uma entrevista publicada nesta quinta-feira, a chanceler alertou sobre o expansionismo econômico da China que, segundo ela, considera a Europa “uma península asiática”. “A Europa deve trabalhar com constância para defender sua influência”, acrescentou.

As autoridades alemãs reagiram com certa surpresa à decisão de Trump de comparecer à Polônia na véspera do G20 para uma reunião de países do leste da Europa, muitos dos quais, como a Hungria, criticam a linha de Merkel na Europa. “Jogar com a divisão entre os europeus, entre o leste e o oeste, é uma postura bastante tradicional da diplomacia americana, e imagino que Trump goste muito disso”, disse Jean-Dominique Giuliani, presidente da Fundação Schuman, especializada em assuntos europeus à Reuters.

Para fazer uma frente comum, Merkel poderá contar com Macron, embora comece a surgir uma luta de lideranças entre ambos os dirigentes. Macron acaba de conquistar dois êxitos diplomáticos, com uma visita do presidente russo, Vladimir Putin, a Paris, e a aceitação de Donald Trump ao seu convite para a festa nacional francesa, em 14 de julho. Por outro lado, Berlim rejeitou nesta quinta-feira uma solicitação do presidente turco, Recep Erdogan, para se dirigir aos seus compatriotas na Alemanha paralelamente à cúpula do G20.

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A chanceler também pediu nesta quinta-feira que os mais de 100.000 manifestantes anticapitalistas que devem chegar na semana que vem a Hamburgo protestem de forma “pacífica”. “Sabemos que haverá manifestações e isso é mais que legítimo em uma democracia, mas espero, pelo bem dos cidadãos de Hamburgo e das forças de segurança […], que estes protestos sejam pacíficos”, disse Merkel.

(com Reuters)

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