Líder mercenário aparece pela primeira vez desde motim na Rússia
Em vídeo publicado nas redes sociais, homem indicado como Yevgeny Prigozhin é visto cumprimentando combatentes em Belarus
Em um vídeo publicado nas redes sociais nesta quarta-feira, 19, o fundador do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, apareceu cumprimentando combatentes em Belarus. Esta é a primeira vez que o comandante aparece publicamente após ter liderado um motim armado na Rússia no mês passado.
“Bem-vindos, caras! Estou feliz em cumprimentar todos vocês. Bem-vindos à terra bielorrussa! Lutamos com dignidade! Fizemos muito pela Rússia”, diz um homem indicado como Prigozhin. O vídeo foi postado em canais pró-Wagner no Telegram e posteriormente compartilhado na conta do líder mercenário.
PRIGOZHIN IS ALIVE – AND HE’S ANGRY
⚡️⚡️⚡️The first post-rebellion video of Evgenii Prigozhin – the founder of 🇷🇺 Wagner Group – speaking with his soldiers in Belarus 🇧🇾, has appeared.
Key points:
📌 "What is happening now at the front is a disgrace in which we do not need to… pic.twitter.com/iV5QyRfvFr
— Jason Jay Smart (@officejjsmart) July 19, 2023
Em seguida, um outro homem aparentemente se dirige ao fundador do Wagner como “Yevgeny Viktorovich”, seu primeiro nome. Apesar de terem sido publicadas nesta quarta-feira, as imagens foram feitas na noite desta terça-feira, segundo os metadados da gravação. Além disso, aparentemente o vídeo não parece editado e foi filmado com pouca luz, o que gera dúvidas sobre a identidade correta do homem que aparece discursando.
Em sua fala, Prigozhin criticou o planejamento e a execução de operações militares do Ministério da Defesa da Rússia na Ucrânia. Ele também sugeriu para seus soldados não lutarem mais em território ucraniano.
“O que está acontecendo agora na frente é uma desgraça da qual não precisamos participar. Precisamos esperar o momento em que podemos nos provar plenamente”, comenta Prigozhin. “Portanto, foi tomada a decisão de ficarmos aqui na Bielorrússia por algum tempo. Tenho certeza de que durante esse período faremos do exército bielorrusso o segundo maior do mundo. E, se necessário, iremos defendê-los se for o caso”, acrescenta.
O mercenário, no entanto, observou que a estadia do grupo paramilitar em território bielorrusso é temporária. De acordo com ele, os combatentes devem se preparar para “partir para uma nova jornada” na África. Entretanto, Prigozhin não rechaçou a possibilidade de um dia o Wagner voltar para a Ucrânia quando estiver mais “confiante”.
O motim liderado por Prigozhin representou um dos maiores desafios ao governo do presidente russo, Vladimir Putin. O Wagner desempenhou um papel fundamental na guerra da Ucrânia e desde a rebelião não se sabe o paradeiro certeiro de boa parte dos integrantes do grupo. No entanto, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou ter intermediado um acordo entre Prigozhin e Putin para encerrar a insurreição. O líder bielorrusso também convidou as forças do grupo paramilitar para ajudar a treinar as forças armadas de seu país.
Após o fim da rebelião, Lukashenko afirmou que o líder mercenário estava na Bielorrússia, entretanto, durante semanas, não foi possível confirmar a informação. No início de julho, o presidente bielorrusso mudou seu discurso, afirmando que Prigozhin estava em São Petersburgo e poderia estar viajando “para Moscou ou outro lugar”.