Líder de oposição venezuelana, Ledezma foge para a Colômbia
Ex-prefeito de Caracas era mantido em prisão domiciliar após ser acusado de conspiração e formação de quadrilha
O ex-prefeito da região metropolitana de Caracas, Antonio Ledezma, fugiu da prisão domiciliar em que se encontrava desde 2015 e deixou a Venezuela em direção à Colômbia. Em entrevista, o ex-prefeito afirmou que a sua travessia pela fronteira dos dois países foi “cinematográfica”.
“Estou falando sobre passar por mais de 29 postos de guardas nacionais e policiais do governo”, contou. “Mas Deus é muito grande”, afirmou, pedindo que sua família e os cidadãos venezuelanos o apoiem em sua decisão de deixar seu país de origem.
Ledezma é político de oposição e fundador do partido Aliança Bravo Povo (ABP). Ele escapou na madrugada desta sexta-feira pela fronteira com a Colômbia. Segundo o jornal local El Nacional, vários funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), a corporação que vigia a residência do ex-prefeito há dois anos, se encontram nos arredores da casa do ex-prefeito.
Ledezma, foi detido em 19 de fevereiro de 2015 e enviado à prisão militar de Ramo Verde, tendo sido realocado em sua própria casa por razões de saúde dois meses depois, onde seguia preso e impossibilitado de expressar-se publicamente.
O prefeito foi acusado pelos crimes de conspiração e formação de quadrilha pelo Ministério Público em 2015, mas nunca foi julgado. Além disso, foi suspenso do seu cargo como prefeito da região metropolitana de Caracas, o posto de maior peso político no país depois da presidência da República.
“Não devemos nos dobrar ou perder o ânimo. Temos que levantar as bandeiras que simbolizam a dignidade de um povo que perdeu seus alimentos e seu dinheiro, que não tem dinheiro nem para comprar uma empanada”, afirmou Ledezma após chegar na Colômbia.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, reagiu à notícia através da sua conta no Twitter. “Minha saudação a Antonio Ledezma, referência moral da Venezuela, agora livre para liderar a luta no exílio para a instauração do sistema democrático no seu país”, escreveu o uruguaio na rede social.
(Com EFE)