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Líder de oposição no Peru, Keiko Fujimori é presa

A filha do ex-ditador peruano é suspeita de ter recebido pelo menos 1,2 milhão de dólares da construtora brasileira Odebrecht em 2011

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h07 - Publicado em 10 out 2018, 16h32

Em um novo golpe contra o fujimorismo, a Justiça peruana determinou nesta quarta (10) a prisão preventiva da líder do partido de oposição Força Popular, Keiko Fujimori, por suspeita de envolvimento em operações de lavagem de dinheiro e de ter recebido financiamento ilegal de campanha da construtora brasileira Odebrecht.

Keiko é filha e sucessora política do ex-ditador Alberto Fujimori, que governou o Peru entre 1991 e 2001. Internado depois de ter recebido a notícia do cancelamento de seu indulto, na semana passada, Fujimori deverá retornar à prisão nos próximos dias, assim que receber alta.

A líder do Força Popular foi presa preventivamente por 10 dias quando chegou à Promotoria Especializada em Lavagem de Dinheiro para prestar depoimento, na manhã desta quarta, e levada para a sede da Diretoria de Investigação Criminal da Polícia Nacional.

O Ministério Público pediu também a prisão de mais 19 pessoas envolvidas no Caso Coquetéis. Entre eles, Jaime Yoshiyama e Augusto Bedoya, ambos ex-ministros de Alberto Fujimori.

Investigado pela Promotoria de Lavagem de Dinheiro, o Caso Coquetéis diz respeito à doação ilegal de pelo menos 1,2 milhão de dólares pela Odebrecht Peru à campanha presidencial de Keiko Fujimori em 2011.  A denúncia partiu do ex-superintendente da companha, Jorge Barata. Yoshiyama e Bedoya teriam sido intermediários desse pagamento.

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Segundo o jornal Gestión, de Lima, outra prova apareceu na agenda do telefone celular de Marcelo Odebrecht, presidente da companhia. A anotação, compartilhada pelo Ministério Público brasileiro, dizia: “aumentar Keiko para 500 e eu fazer visita.”

A Promotoria de Lavagem de Dinheiro iniciou a investigação em outubro de 2015 e batizou o caso em função das supostas coletas de recursos para a campanha fujimorista em coquetéis, nas quais boa parte das doações era de “fantasmas”. O partido Força Popular teria coletado oficialmente 5,1 milhões de dólares, além dos recursos movimentados no caixa 2 da campanha presidencial de Keiko.

A advogada de Keiko Fujimori, Giuliana Loza, considerou a prisão de sua cliente “totalmente abusiva e arbitrária, sem justificativa nem motivação”. Loza pediu às autoridades judiciais para atuarem com “imparcialidade e objetividade, e não com base em meras suposições ou especulações”.

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“Não entendemos como um requerimento abusivo, arbitrário e sem motivação pode ter gerado a suspensão da liberdade de Keiko Fujimori”, afirmou a advogada.

A prisão de Keiko e o cancelamento do indulto a seu pai são duros golpes no movimento político conhecido como fujimorismo, que tem sido capitalizado pelo partido Força Popular. Derrotada por Pedro Pablo Kuczynski (PPK) na eleição presidencial de 2016, ela tornou-se a principal liderança opositora no país.

Com a queda de PPK, em março deste ano, assumiu a Presidência do Peru o então vice Martín Vizcarra, com uma agenda fortemente concentrada na aprovação de reformas políticas e no Judiciário para a prevenção e o combate à corrupção. Seus projetos de emenda constitucional sofreram a oposição do Força Popular.

Mas a ameaça de Vizcarra de pedir um novo voto de confiança ao Congresso que, se negado, poderia lhe dar o direito de dissolver o Legislativo e convocar eleições para janeiro de 2019, contribuiu para abrandar a resistência fujimorista. A pressão popular em favor de reformas contra a corrupção também ajudaram seus propósitos.

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(Com EFE)

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