Líder da oposição russa é nomeado candidato à presidência
Alexei Navalny foi indicado em convenção do seu partido, mas está impedido de concorrer por uma condenação de desvios de recursos públicos
O líder da oposição na Rússia, Alexei Navalny, foi escolhido como candidato par as eleições presidenciais de 2018 após convenção do Partido do Progresso russo realizada neste domingo. Houve também manifestações de apoio de seus correligionários pelo país, após convocação feita por ele. O político, contudo, está atualmente impedido de disputar o pleito por causa de uma condenação criminal.
Maior inimigo político do presidente Vladimir Putin em seus 18 anos no poder, Navalny foi condenado por fraude e desvios de fundos públicos por meio de uma multinacional da qual é acionista. Ele só poderá realmente se candidatar se receber uma dispensa especial ou se a condenação for cancelada.
Cerca de 800 partidários da Navalny se reuniram em diversas partes do país neste domingo para apoiar sua nomeação. Apenas em Moscou, mais de 700 pessoas se juntaram na margem do rio Moscova para apoiar o advogado e blogueiro anticorrupção. A candidatura deve ser enviada até o final do dia para as autoridades eleitorais, que decidirão se ele poderá concorrer.
A campanha de Navalny animou eleitores em cantos remotos da Rússia. Mas o alto índice de aprovação de Putin, da ordem de 80%, fazem dele o mais provável vencedor das eleições de março de 2018.
Navalny foi considerado culpado de fraude e desvios de fundos públicos em fevereiro e recebeu uma sentença suspensa de cinco anos de prisão, em um caso que ele diz ter sido organizado para impedi-lo de se candidatar à Presidência.
Prisão
No fim de março, Navalny ficou 15 dias detido por ter organizado um protesto anticorrupção em Moscou. Ele foi declarado culpado por organizar um protesto não autorizado. Na mesma ocasião, quase mil pessoas foram detidas pela polícia em protestos em todo o país.
A detenção aconteceu depois que Navalny publicou um relatório em que acusa o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, de se encontrar à frente de um império imobiliário financiado por oligarcas. Em junho, ele voltou a ser detido e impedido de participar de outro protesto contra a corrução.