Ladrão de coroa: o assalto no Louvre
Dois homens subiram a escada instalada em um caminhão, cortaram o vidro e se infiltraram na famosa Sala de Apolo
Foram sete minutos, o suficiente para causar um prejuízo de valor incalculável e ferir em cheio o orgulho francês. Às 9h30 do domingo 19, o Louvre, o mais visitado museu do mundo, em Paris, havia recém-aberto as portas quando dois homens subiram a escada instalada em um caminhão, cortaram o vidro e se infiltraram na famosa Sala de Apolo, que Luís XIV, o autointitulado Rei Sol, mandou erguer sem economizar no ouro e que hoje atrai multidões por guardar joias de uma monarquia que já foi a mais poderosa da Europa. Dali dois homens surrupiaram nove peças fartas em diamantes e esmeraldas do período pós-Revolução Francesa — uma delas, a coroa da imperatriz Eugénie, mulher de Napoleão III, sobrinho do Bonaparte, que os ladrões, quatro ao todo, perderam pelo caminho na fuga a bordo de duas motos. A ação rápida e cirúrgica não deixa dúvidas de que eles sabiam exatamente o que queriam subtrair do acervo: itens fáceis de desmontar e ser vendidos pedra a pedra, para não chamar atenção. Tão simples foi o enredo do roubo, executado com ferramentas básicas e em plena luz do dia, que a população ficou entre o choque e a fúria diante do que soou como negligência do governo. O presidente Emmanuel Macron, mergulhado em uma crise que a cada dia escala, se pronunciou, após receber críticas de todos os espectros pelo ocorrido: “Tudo está sendo feito para pegar os criminosos e tornar o Louvre mais seguro”, disse. Há de fato um plano para isso, mas, enquanto não sai do papel, não só o museu que proporciona um passeio completo pela história da humanidade, mas muitos outros na França vêm sendo alvo de sucessivos assaltos. Alheios à ira dos locais, os turistas deram um tempo da Torre Eiffel e fizeram fila para clicar a janela por onde os bandidos acessaram a gloriosa galeria, promovida a novo cartão-postal parisiense.
Publicado em VEJA de 24 de outubro de 2025, edição nº 2967
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