Kanye West gastou US$ 13,2 milhões em campanha fracassada à Presidência
Com resultado longe de fazer cócegas nos adversários e contra todas as expectativas da opinião pública, rapper já declarou participação em 2024
O rapper Kanye West gastou mais de 13,2 milhões de dólares em sua campanha à Presidência dos Estados Unidos no ano passado, relatou a revista americana People na quarta-feira, 25. Desse total, 12,5 milhões saíram do próprio bolso do artista, que teve seu melhor resultado nos estados de Idaho, Oklahoma e Utah, com 0,4% dos votos em cada.
Kanye, de 42 anos, ainda conseguiu arrecadar outros 2 milhões de dólares para sua campanha, totalizando 14,5 milhões antes das eleições de 3 de novembro do ano passado. A campanha foi encerrada com cerca de 1,3 milhão na conta bancária.
O músico obteve 66 mil votos no país inteiro, segundo números da Comissão Eleitoral Federal, o que daria um investimento de 200 dólares por voto. Apesar do resultado longe de fazer cócegas nos adversários, o músico já declarou sua intenção de participar novamente do páreo em 2024.
Depois de anunciar a candidatura pelo Twitter em 4 de julho, dia da independência americana, West lançou-se na corrida presidencial contra todas as expectativas da opinião pública. A candidatura tardia o fez perder diversos prazos. Assim, West aparece na cédula de votação em apenas 12 dos 50 estados americanos e, em nenhum deles, chegou aos 0,5% — seu melhor desempenho foi em Idaho, Oklahoma e Utah, todos com vitória republicana, com 0,4% em cada.
Entre os gastos, mais de 7,5 milhões foram usados para que o nome de Kanye aparecesse nas cédulas de votação, incluindo 1,28 milhão pagos ao Atlas Strategy Group, companhia que pertence ao republicano Gregg Keller.
Os dados também revelam que ele pagou 35 mil para que seu nome fosse incluído nas cédulas de Oklahoma, onde só recebeu 6 mil votos. Para efeito de comparação, o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, arrecadou mais de 1 bilhão de dólares na campanha eleitoral do ano passado.
A ideia inicial do cantor era entrar no páreo em 2024, mas antecipou a investida para 2020 seguindo supostos “sinais divinos”. Chegou-se, inclusive, a cogitar que sua participação fosse uma estratégia para roubar votos de Biden e favorecer o ex-presidente Donald Trump, de quem é um ferrenho apoiador, na tentativa de reeleição do republicano.
A relação amigável entre Trump e o ex-marido da socialite Kim Kardashian não é segredo. Em 2018, durante um encontro na Casa Branca, o rapper, além de usar o tradicional boné vermelho adotado por apoiadores do então presidente, exibiu um pôster em que dizia: “Keep America Great #Kanye2024” (Mantenha a América ótima) insinuando uma possível continuação do governo Trump com ele no poder, em 2024.
Uma apuração dos jornais americanos The New York Times e Intelligencer revelou que seis pessoas trabalharam na campanha de Kanye West com relações estreitas com o partido republicano. Uma delas é a advogada Lane Ruhland, que trabalhou para a campanha de Trump em 2016 durante a recontagem de votos em Wisconsin e no ano passado representou o presidente americano em uma ação movida contra uma emissora de televisão.