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Justiça suspende premiê da Tailândia por telefonema polêmico com ex-líder do Camboja

Paetongtarn Shinawatra foi afastada após conversa com Hun Sen vazar: seu tom foi considerado 'submisso' e ela criticou um militar tailandês

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 jul 2025, 09h46

O Tribunal Constitucional da Tailândia suspendeu a primeira-ministra do país, Paetongtarn Shinawatra, nesta terça-feira, 1º de julho, enquanto investiga supostas violações éticas relacionadas a uma ligação telefônica entre ela e o ex-líder do Camboja, Hun Sen, que tem gerado polêmica desde seu vazamento.

A corte afirmou que vai analisar uma petição apresentada por 36 senadores pedindo a destituição da premiê, acusando-a de desonestidade e violação de padrões éticos, em afronta à Constituição. Foi o ápice da crescente pressão sobre Paetongtarn desde que a gravação do telefonema veio à tona.

O tema principal da conversa com Hun Sen era uma disputa de fronteira entre Tailândia e Camboja. Embora seja questão antiga, o tema explodiu em maio, quando um soldado cambojano foi morto durante uma breve troca de tiros, um episódio que amplificou sentimentos nacionalistas e ações retaliatórias de ambos lados. Na ligação, ela chama o poderoso ex-líder de “tio” e diz que, se houvesse algo que ele desejasse, ela “cuidaria disso”. Ela também lançou uma série de comentários negativos contra um alto comandante militar tailandês. O tom “submisso”, segundo críticos, e as observações infames sobre o Exército de seu próprio país provocaram indignação generalizada.

Hun Sen, que governou o Camboja por quase quatro décadas e permanece poderoso no país, é conhecido por ser um velho amigo da família de Paetongtarn, embora as relações tenham se deteriorado nas últimas semanas.

Crise política

O afastamento de Paetongtarn, descendente da poderosa, porém controversa, família Shinawatra, é apenas o mais recente dos baques que sofreu no mandato. Apenas dez meses depois de assumir o cargo de premiê, quando seu antecessor foi destituído, um parceiro de coalizão deixou seu governo no início de junho. Agora, seus aliados ainda são maioria no parlamento, mas por muito pouco – preocupante com uma possível moção de desconfiança para derrubá-la no horizonte.

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No sábado 28, 10 mil manifestantes se reuniram em Bangkok pedindo sua renúncia, enquanto uma pesquisa de opinião divulgada no fim de semana mostrou que seu índice de aprovação havia caído de 30,9% em março para apenas 9,2%.

O pai de Paetongtarn, Thaksin Shinawatra, um bilionário e ex-líder do país, também enfrenta problemas judiciais e compareceu ao tribunal nesta terça-feira no âmbito do caso que o acusa de violar a lei de lesa-majestade. Segundo a regulação, qualquer crítica à família real pode levar a até 15 anos de prisão. O processo está relacionado a uma entrevista que ele concedeu à mídia sul-coreana em 2015.

Por duas décadas, a política tailandesa é dominada por uma disputa de poder entre os Shinawatras e seus oponentes – o establishment militar, que é monarquista conservador. Thaksin foi eleito primeiro-ministro duas vezes, mas foi deposto por um golpe em 2006. Sua irmã, Yingluck Shinawatra, também foi deposta por uma decisão judicial seguida por um golpe em 2014.

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Nesta terça, Paetongtarn disse a repórteres na Casa do Governo de Bangkok que aceitava a decisão do Tribunal Constitucional. “Sempre foi minha intenção fazer o melhor para o meu país”, disse ela. “Gostaria de me desculpar com o povo tailandês que está frustrado com isso.” Anteriormente, ela havia afirmado que sua postura durante a conversa com Hu Sen era apenas uma tática de negociação.

O vice-primeiro-ministro, Suriya Juangroongruangkit, assumirá o cargo como interino enquanto o tribunal estuda o caso contra Paetongtarn.

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