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Jovens podem estar por trás de novos casos de coronavírus na Europa

Diretor regional da OMS para o continente, Hans Kluge afirmou que ressurgimento de casos é 'consequência da mudança no comportamento humano'

Por Da Redação Atualizado em 29 jul 2020, 11h46 - Publicado em 29 jul 2020, 11h09

Semanas após regras rígidas de isolamento começarem a ser flexibilizadas em alguns países da Europa, o diretor regional da Organização Mundial da Saúde para o continente, Hans Kluge, afirmou que o aumento de casos da Covid-19 entre jovens pode estar por trás dos picos recentes na região. 

Em entrevista à rede britânica BBC, Kluge afirmou que o ressurgimento de casos é “uma consequência da mudança no comportamento humano”.

“Estamos recebendo relatórios de várias autoridades de saúde sobre uma proporção maior de novas infecções entre jovens. Então, para mim, é o suficiente para repensarmos a melhor maneira de envolver os jovens”, disse. 

O instituto alemão de epidemiologia e vigilância em saúde Robert-Koch (RKI) alertou recentemente que o aumento de casos é “muito preocupante”. Segundo balanço da Agência France-Presse publicado na semana passada, com base em fontes oficiais, a Europa já tem mais de três milhões de infecções registradas e segue como região com mais óbitos: cerca de 210 mil. 

Mais da metade dessas contaminações foram na Rússia, no Reino Unido, na Espanha e na Itália. No total, há cerca de 16 milhões de casos oficialmente registrados no mundo. 

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O diretor ainda citou sua própria família, dizendo que suas filhas, assim como grande parte dos jovens europeus, “não queriam perder o verão”. Por causa da estação, muitas pessoas optam por passeios em áreas abertas, como praias e parques. Mas, segundo as autoridades, as medidas corretas, como uso de máscaras e distanciamento social, não estão sendo seguidas à risca.

“Eles têm uma responsabilidade em relação a si mesmos, a seus pais, avós e comunidades. E agora sabemos como adotar comportamentos bons e saudáveis, então vamos aproveitar esse conhecimento”, acrescentou em entrevista à rede britânica. 

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Na semana passada, Kluge já havia alertado para os riscos que uma segunda onda fora de controle teria sobre os sistemas de saúde no continente. Um dos pontos de preocupação na Europa é a Espanha. O país teve 855 novos casos registrados apenas na segunda-feira 27. Desde o início da pandemia, o país soma mais de 270 mil infecções e 28.432 mortes.

Na capital, Madri, a chefe do governo regional, Isabel Díaz Ayuso, criticou o “comportamento dos jovens”, afirmando que eles estão “colocando bairros em risco, mas também seus futuros acadêmicos e laborais”. 

Como parte de um pacote de medidas destinadas a prevenir infecções, o governo regional tornou o uso de máscaras obrigatório em todos os momentos. Bares devem fechar às 13h e reuniões em locais abertos de restaurantes devem ser limitadas a dez pessoas. 

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O país, que esperava salvar parcialmente sua temporada de verão vendendo-se como um destino seguro frente ao novo coronavírus, sofreu um grande golpe com os novos casos. Diante de novos surtos na Catalunha, em Navarra e em Aragão, Alemanha, Reino Unido e França tomaram medidas para impedir a contaminação de seus cidadãos por turistas espanhóis ou durante viagens ao país.

A Alemanha, por exemplo, teve 9.122 mortes declaradas pela Covid, um número baixo em comparação com vizinhos europeus. No entanto, autoridades afirmaram ter observado um aumento de contágios após o relaxamento de parte da população. A média de casos no país subiu para 557 há uma semana, depois de ter ficado abaixo de 350 em meados de julho. 

Para tentar conter o avanço de novos casos, o Parlamento italiano autorizou nesta quarta a extensão do estado de emergência, que expira em 31 de julho, até 15 de outubro. 

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“Infelizmente, hoje a pandemia ainda não acabou completamente, ainda que seus efeitos estejam mais contidos e geograficamente limitados”, declarou o chefe do governo, Giuseppe Conte, a deputados.

O prolongamento do estado de emergência é uma “opção inevitável, até mesmo compulsória”, acrescentou Conte. A Itália acumula mais de 35.000 mortes e 246.000 casos de Covid-19.

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(Com AFP)

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