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Joias sagradas de Buda são devolvidas à Índia após tentativa de leilão

As relíquias de Piprahwa foram descobertas no século XIX por um agente imobiliário inglês

Por Redação Atualizado em 31 jul 2025, 15h48 - Publicado em 31 jul 2025, 15h46

Um conjunto de joias que muitos acreditam terem pertencido a Buda foram devolvidas à Índia na quarta-feira, 30. O retorno das peças acontece após forte pressão contra a casa de leilões Sotheby’s, que havia tentado leiloar o acervo.

Chamadas de joias de Piprahwa – nome do sítio arqueológico onde os artefatos foram encontrados -, as peças são descritas por arqueólogos como uma das descobertas mais surpreendentes da era moderna.

Na quarta, o primeiro-ministro Narendra Modi anunciou o retorno do acervo sagrado por meio de uma publicação no X. Modi disse que o retorno das relíquias após 127 anos era um “momento de orgulho e alegria” e uma vitória para o patrimônio cultural do país.

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Em maio, a Sotheby’s anunciou o leilão das joias em sua galeria localizada em Hong Kong. No entanto, a venda foi cancelada devido a fortes críticas vindas de líderes budistas globais e de Nova Delhi, que ameaçaram agir legalmente para impedir a ação.

Muitos questionavam se objetos sagrados deveriam ser tratados como mercadorias, ainda mais aqueles ligados a restos mortais, uma vez que para diversos budistas, as joias não deveriam se separar das relíquias ósseas.

“As relíquias do Buda são uma mercadoria que pode ser tratada como uma obra de arte a ser vendida no mercado?”, indagou o historiador de arte indiano Naman Ahuja, em entrevista à emissora inglesa BBC.

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Em decorrência da pressão, a Sotheby’s anunciou, ainda em maio, que estava negociando com o governo local para encontrar uma solução aceitável para ambas as partes.

Segundo a casa de leilões, a partir de agora as joias serão exibidas de forma permanente na Índia. O conjunto de peças foi adquirido pelo conglomerado indiano Godrej Industries Group, com sede em Mumbai, após dois meses de negociações envolvendo o grupo, a Sotheby’s e o governo indiano.

“Estamos profundamente honrados em contribuir para este momento histórico”, declarou Priojsha Godrej, vice-presidente executivo do conglomerado indiano, em comunicado à imprensa.

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“As joias Piprahwa não são apenas artefatos. Elas são símbolos atemporais de paz, compaixão e herança compartilhada da humanidade”, disse.

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Itens sagrados do budismo

As joias foram desenterradas em 1898 pelo gerente imobiliário inglês William Claxton Peppé. O conjunto estava dentro de uma estupa – monumento budista construído sobre os restos mortais de alguém – em Piprahwa, no norte da Índia. O local escondia aproximadamente 1.800 pérolas, rubis, safiras e folhas de ouro. Junto das joias, havia fragmentos de ossos identificados por uma urna como pertencentes a Sidarta Gautama, o Buda.

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A maioria das relíquias foi entregue por Peppé ao governo colonial indiano, que enviou a grande maioria ao Museu Imperial de Calcutá – atual Museu Indiano. Somente as relíquias ósseas não ficaram sob a posse colonial inglesa: os itens foram enviados ao rei budista do Sião.

O restante das peças ficou escondido por mais de um século, fazendo parte da coleção particular da família Peppé. Nos últimos seis anos, as joias apareceram em diferentes exposições, incluindo o The Met, em 2023. Em fevereiro e maio desse ano, 300 itens foram exibidos na Sotheby’s de Hong Kong.

Segundo historiadores, os itens são uma herança compartilhada do clã Sakya do Buda e dos budistas em todo o mundo.

As relíquias osseas já foram distribuídas para países como Tailândia, Sri Lanka e Mianmar, onde são objetos de veneração. Após a confirmação do retorno das joias à Índia, a Sotheby’s agradeceu à família Peppé por guardar as joias e por ter trabalhado conjuntamente com a casa de leilões para alcançar esse “resultado histórico”.

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