Itamaraty chama embaixador húngaro após imagens de Bolsonaro na embaixada
Miklos Tamás Halmai ficou cerca de meia hora em reunião no Ministério
O Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador da Hungria no Brasil, Miklos Tamás Halmai, a prestar esclarecimentos após a revelação nesta segunda-feira, 25, de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria ficado dois dias na embaixada do país depois de ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal. Halmai passou cerca de meia hora no Itamaraty, confirmou um funcionário da pasta a VEJA.
Imagens de câmeras de segurança capturadas em 12 de fevereiro, publicadas em reportagem do jornal americano New York Times, mostram Bolsonaro na missão diplomática húngara em Brasília, quatro dias depois de ter seu documento apreendido. Segundo o NYT, o ex-presidente permaneceu no prédio até 14 de fevereiro, acompanhado de dois seguranças. Um dos trechos mostra um encontro entre o brasileiro e Tamás Halmai.
Em nota, a defesa do ex-presidente confirmou que ele foi ao local e disse que a razão para a hospedagem foi “manter contatos com autoridades do país amigo”.
Bolsonaro mantém uma boa relação com o primeiro-ministro da Hungria, o ultradireitista Viktor Orbán, há anos. Em visita à Hungria em 2022, o ex-presidente brasileiro o definiu como um “irmão”. Em dezembro, os dois se encontraram em Buenos Aires durante a posse de Javier Milei, presidente argentino.
Tanto Bolsonaro quanto ex-ministros e militares integrantes de seu governo foram alvo da operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro pela Polícia Federal por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Eles são suspeitos de terem atuado em tentativa de golpe de Estado.