Israel vai às urnas pela quarta vez em dois anos
Benjamin Netanyahu espera que vacinação promovida pelo seu governo impulsione sua campanha, mas julgamento por corrupção pode lhe custar votos

Israel vai às urnas nesta terça-feira, 23, pela quarta vez em dois anos depois que o último governo de união entrou em colapso em dezembro. O país espera quebrar o ciclo aparentemente interminável de impasse político que dificulta a tomada de decisões durante a pandemia.
A eleição foi marcada após o o rompimento de uma aliança entre o partido Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e o Azul e Branco, representado pelo ex-chefe das Forças Armadas, Benny Gantz. A união ocorreu no ano passado, na terceira eleição, após nenhum dos lados ter conseguido formar uma maioria nas duas primeiras eleições.
Após meses de rivalidade entre ambos, o Parlamento acabou sendo dissolvido. E desta vez, ainda mais do que nas três ocasiões anteriores, a eleição é vista em grande parte como um referendo sobre Netanyahu, o primeiro-ministro mais longevo da história de Israel.
O premiê espera que o programa de vacinação de Israel, um dos mais bem-sucedidos do mundo, dê a ele e a seus aliados conservadores uma vantagem e a maioria estável que provou ser impossível de conquistar nas três eleições anteriores. O premiê, porém, é julgado por acusações de corrupção – uma dinâmica que os partidos de oposição esperam que leve os eleitores a finalmente retirá-lo do cargo.
Indefinição
As últimas pesquisas de opinião divulgadas antes da eleição dão uma pequena vantagem ao Likud, mas indicam que o partido não deve ter votos suficientes para conseguir controlar o Parlamento sem a união com outras legendas menores da extrema-direita.
Uma nova força política da direita, o partido Nova Esperança, do deputado Gideon Saar, aparece em terceiro lugar nas pesquisas. Se as previsões se confirmarem, a nova legenda pode custar votos valiosos para Netanyahu.
O cenário é, portanto, mais uma vez de indefinição. Após a divulgação dos primeiros resultados, os líderes partidários devem iniciar as negociações para a formação de alianças, mas uma quinta eleição ainda neste ano não está totalmente descartada.