Israel ordena que soldados ‘fiquem prontos’ para entrar em Gaza

Ministro da Defesa diz que 'nossas manobras vão levar a guerra para o território' do Hamas

Por Da Redação
20 out 2023, 09h14

SDEROT, ISRAEL - OCTOBER 19: Israeli Minister of Defence Yoav Gallant meets soldiers on the Israeli border with the Gaza Strip on October 19, 2023 in Sderot, Israel. As Israel prepares to invade the Gaza Strip in its campaign to vanquish Hamas, the Palestinian militant group that launched a deadly attack in southern Israel on October 7th, worries are growing of a wider war with multiple fronts, including at the country's northern border with Lebanon. Countries have scrambled to evacuate their citizens from Israel, and Israel has begun relocating residents some communities on its northern border. Meanwhile, hundreds of thousands of residents of northern Gaza have fled to the southern part of the territory, following Israel's vow to launch a ground invasion. (Photo by Amir Levy/Getty Images) — O Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, encontra-se com soldados na fronteira israelense com a Faixa de Gaza em Sderot, Israel. 19/10/2023 - (Amir Levy/Getty Images)

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse na noite de quinta-feira, 19, que os soldados de unidades terrestres devem “ficar prontos” para entrar na Faixa de Gaza. Em visita à fronteira da cidade israelense de Sderot com o território palestino, ele orientou que os militares devem esperar uma ordem para entrar na região “em breve”, sem especificar quando será o início da invasão.

“Quem vê Gaza de longe, verá de dentro”, disse ele em vídeo divulgado pelo Exército, repetindo uma fala anterior. “Agora, nossas manobras vão levar a guerra para o território deles”, completou, referindo-se ao grupo terrorista palestino Hamas, cujo ataque mortífero contra Israel em 7 de outubro deixou ao menos 1.400 mortos.

“Será [um conflito] longo e intenso”, alertou, ecoando uma fala do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Os melhores comandantes e soldados estão aqui”, garantiu.

Após o ataque do Hamas, Israel saturou a fronteira com Gaza com soldados – convocou 360.000 reservistas, que somados aos 170.000 soldados na ativa são uma força mais de 15 vezes maior que a do Hamas –, bem como tanques e helicópteros.

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A última invasão terrestre e em grande escala na Faixa de Gaza ocorreu em 2014, quando uma guerra de 50 dias entre Israel e Hamas matou milhares de palestinos e dezenas de israelenses. Mas espera-se que este ataque seja a maior operação terrestre do Estado judeu desde sua invasão ao Líbano, em 2006.

Imagens de satélite mostram que os militares israelenses estão concentrados a cerca de 6 km da passagem de Erez, principal ponto de entrada na fronteira norte de Gaza com Israel. O trajeto foi fechado desde que as Forças de Defesa de Israel (FDI) recuperaram o território invadido pelo Hamas em 7 de outubro.

Antecipando uma invasão terrestre, Israel emitiu uma ordem para que toda a população do norte de Gaza – cerca de 1,1 milhão de pessoas – deixasse suas casas para o sul do território. No entanto, por um lado, muitas pessoas não conseguiram cumprir o aviso. Por outro, Israel disse ter intensificado os bombardeios até mesmo em cidades do sul de Gaza, em busca de alvos do Hamas, de acordo com o exército, levando alguns palestinos a considerarem voltar para o norte.