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Israel diz que exército permanecerá em Gaza, Líbano e Síria por tempo indeterminado

Decisão de manter militares em 'zonas de segurança' aumenta as tensões nas negociações com o Hamas para libertar reféns detidos em Gaza

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 abr 2025, 10h30 - Publicado em 16 abr 2025, 10h06

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou nesta quarta-feira, 16, que as forças armadas do país permanecerão nas zonas de segurança na Faixa de Gaza, Líbano e Síria por tempo indeterminado. A declaração ocorre pouco mais de uma semana após a agência de notícias The Associated Press informar que Israel passou a controlar 50% do enclave palestino, espremendo milhões de pessoas em territórios cada vez menores, após o fim do cessar-fogo com o Hamas no mês passado.

“Ao contrário do passado, (os militares israelenses) não estão esvaziando áreas que foram limpas e tomadas”, disse Katz em comunicado, acrescentando que os soldados “permanecerão nas zonas de segurança como uma barreira entre o inimigo e as comunidades (israelenses) em qualquer situação temporária ou permanente em Gaza — como no Líbano e na Síria.”

As chamadas zonas-tampão são áreas criadas supostamente para proteger soldados e civis israelenses de ataques terroristas, ao mesmo tempo em que impedem o deslocamento de palestinos. A decisão de manter militares nesses locais aumenta as tensões nas negociações com o Hamas para a libertação dos cerca de 56 reféns ainda em cativeiro em Gaza, dos quais 24 acredita-se estarem vivos. Israel demanda que tanto os corpos quanto os sobreviventes sejam devolvidos o quanto antes e ameaça ampliar, ainda mais, as operações na Faixa.

Enquanto Tel Aviv alega que permanece no terreno para evitar novas ofensivas do grupo, o Hamas afirma que não libertará os reféns até que Israel retire todas as suas forças de Gaza e concorde com um cessar-fogo permanente. Os militantes e países vizinhos consideram a presença de militares israelenses no território palestino uma ocupação militar, o que representaria uma violação do direito internacional.

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Situação em Gaza

A zona-tampão nos arredores da fronteira de Gaza, maior área contígua sob controle de Israel, duplicou nas últimas semanas, de acordo com a Associated Press. Por lá, terras agrícolas, casas, prédios e infraestruturas foram devastadas, de forma a impedir o retorno da população no futuro. O Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, estabelece como crime de guerra ataques direcionados a instalações civis, incluindo hospitais e edifícios dedicados à ajuda humanitária, educação e religião.

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Juntos, a zona tampão e o Corredor Netzarim, que cortou o acesso entre o norte e o sul da Faixa de Gaza, compõem ao menos metade do enclave palestino, explicou Yaakov Garb, professor de estudos ambientais na Universidade Ben Gurion, à Associated Press. Na semana passada, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) atuam para “dividir” o território em outro corredor de segurança para separar as cidades ao sul.

Um relatório divulgado pela ONG Breaking The Silence, um grupo anti-ocupação que permite que soldados contem confidencialmente o que ocorre em territórios palestinos, apontou que “por meio de destruição generalizada e deliberada, os militares lançaram as bases para o futuro controle israelense da área (da Faixa de Gaza)“.

“Eu fui para lá porque eles (militantes do Hamas) nos matam e agora nós vamos matá-los. E eu descobri que não estamos apenas matando eles. Nós estamos matando eles, estamos matando suas esposas, seus filhos, seus gatos, seus cachorros, e nós destruímos suas casas”, afirmou um soldado à AP, acrescentando que os militares se guiam por um senso de vingança pelos ataques de 7 de outubro de 2023, quando terroristas liderados pelo Hamas invadiram comunidades do sul israelense, mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram outras 251.

Mais de 51 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra, de acordo com o Ministério de Saúde de Gaza, que não faz distinção entre civis e combatentes. Grupos de direitos humanos dizem que deslocar pessoas à força é um crime de guerra em potencial e um crime contra a humanidade – esse último corresponde a “violações graves cometidas como parte de um ataque em larga escala contra qualquer população civil”, incluindo deportação.

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