Israel bombardeia Gaza após disparos de foguetes palestinos
Ao menos um palestino morreu nos ataques; Hamas nega responsabilidade por lançamentos contra território israelense
A Força Aérea de Israel executou nesta quarta-feira uma série de ataques na Faixa de Gaza em resposta a disparos de foguetes, os primeiros em várias semanas a partir do território palestino e que foram condenados pelo movimento islamita Hamas.
Os aviões israelenses apontaram contra vinte alvos militares em Gaza em represália aos disparos de dois foguetes contra o território de Israel. Um palestino morreu nos ataques, informou o ministério da Saúde de Gaza.
“O Hamas é totalmente responsável por este ataque”, disse o porta-voz militar israelense, o tenente-coronel Jonathan Conricus.
O Exército israelense bombardeou “vinte postos militares e não atacou posições civis”, afirmou Conricus, que qualificou a situação em Gaza como “potencialmente perigosa”.
Entre os alvos atacados, o porta-voz especificou que há “um túnel terrorista” que entrava em Israel, outro subterrâneo no mar, “distintas instalações militares do Hamas” e centros de fabricação de armamento.
O movimento islamita que controla o território, contudo, condenou os lançamentos de foguetes contra Israel. Em um comunicado conjunto com seus aliados, o Hamas afirma que rejeita “todas as tentativas irresponsáveis” de enfraquecer uma mediação egípcia para uma trégua de longa duração, incluindo os disparos registrados durante a noite.
Fogo cruzado
O fogo cruzado acontece em um momento de crise, que provoca o temor de um novo conflito entre Israel e os grupos armados palestinos, entre eles o Hamas.
Israel também anunciou o fechamento por tempo indeterminado das passagens de fronteira com a Faixa de Gaza, para produtos e pessoas, reforçando ainda mais o bloqueio do território.
A Faixa de Gaza tem apenas uma passagem de fronteira com o Egito.
Foguetes e ataques aéreos
Na noite de terça-feira, dois foguetes foram disparados a partir de Gaza contra Israel.
Um projétil atingiu Beer-Sheva (sul), a 40 quilômetros de Gaza, e provocou graves danos à casa de uma família com três filhos. A mãe salvou a vida das crianças ao levá-las para um abrigo, poucos segundos antes da explosão, informou o Exército israelense.
O outro caiu no mar, na costa de Tel- Aviv, 70 quilômetros ao norte da Faixa de Gaza.
“Às 4 h desta manhã, os israelenses da cidade de Beer-Sheva correram para os abrigos após o disparo de um foguete da Faixa de Gaza contra Israel”, informaram as Forças Armadas.
“Defenderemos a população civil israelense”, acrescentou o comunicado, antecipando que haveria resposta.
Durante o amanhecer, os militares anunciaram que aviões de combate haviam começado a atacar “alvos terroristas na Faixa de Gaza”.
Seis objetivos foram atingidos, informou o Hamas em um comunicado. De acordo com imagens divulgadas pelo Exército israelense, um palestino, Naji al Zaanen, 25 anos, morreu quando pretendia lançar um foguete contra o território de Israel.
Até o momento não foi determinado quem disparou os foguetes a partir da Faixa de Gaza.
Os esforços do Egito e da ONU há várias semanas para obter uma trégua parecem distantes de alcançar a meta. Na terça-feira, o ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou que era necessário dar um “golpe severo” no Hamas em Gaza.
Israel e Hamas protagonizaram três guerras desde 2008 e mantêm um cessar-fogo relativo desde o conflito de 2014.
Desde 30 de março, a Faixa de Gaza, território empobrecido entre Israel, o Mediterrâneo e o Egito, é cenário de uma ampla mobilização contra o bloqueio terrestre e marítimo israelense, em vigor há mais de dez anos. Os manifestantes também exigem o direito de retorno dos palestinos às terras das quais foram expulsos ou que abandonaram com a criação de Israel, em 1948.
As manifestações, geralmente violentas, acontecem perto das cercas de fronteira instaladas por Israel, estreitamente vigiadas.
Na noite de 8 de agosto, mais de 180 foguetes foram disparados contra Israel. Os soldados israelenses responderam e atacaram mais de 150 objetivos militares do Hamas.
Desde 30 de março, os soldados israelenses mataram 206 palestinos, muitos deles quando protestavam perto da fronteira e outros em ataques de tanques ou da aviação. Um soldado israelense morreu nos confrontos.
(Com EFE e AFP)