Israel alerta para ‘guerra prolongada’ com o Irã na marca de uma semana de conflito

O chefe do Estado-Maior Militar de Israel, Eyal Zamir, lançou um alerta nesta sexta-feira, 20, que marca uma semana de conflito com o Irã, sobre uma “guerra prolongada”. As hostilidades não dão sinal de arrefecimento. Mais cedo, as forças israelenses dispararam contra Teerã e outras áreas, enquanto um ataque de mísseis iranianos feriu ao menos 45 pessoas na cidade portuária de Haifa.

“Para remover uma ameaça de tal magnitude contra um inimigo como esse, precisamos estar prontos para uma campanha prolongada. Dia após dia, nossa liberdade de ação está se expandindo e a do inimigo está diminuindo”, declarou Zamir.

Ele acrescentou que os israelenses devem se preparar para os “dias difíceis” que virão.

Reforçando o alerta, Danny Danon, embaixador de Israel nas Nações Unidas, em Genebra, declarou: “Não vamos parar. Não até que a ameaça nuclear do Irã seja desmantelada, não até que sua máquina de guerra seja desarmada, não até que nosso povo e o seu estejam seguros.”

Em discurso perante o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, afirmou, por sua vez, que o Irã está determinado a defender sua integridade territorial e soberania “com toda a força”, depois de acusar Israel de cometer crimes de guerra com “ataques não provocados”.

Trocas de disparos

Enquanto isso, os ataques continuam em ambos os lados. Nesta sexta-feira, exército israelense afirmou que suas aeronaves destruíram mísseis terra-ar no sul do Irã, além de matar um grupo de comandantes militares iranianos responsáveis ​​por lançamentos de mísseis. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), os ataques impediram o lançamento de mísseis programado para o final da noite.

O Irã disparou uma rara salva de mísseis balísticos no meio da tarde contra Israel, acionando sirenes de ataque aéreo em todo o país. Pelo menos um dos mísseis escapou das defesas aéreas israelenses, atingindo uma área próxima às docas de Haifa, ferindo pelo menos 45 pessoas, 19 das quais foram hospitalizadas. Um míssil iraniano também atingiu a cidade de Bersheba, no sul do país, onde não houve feridos.

Enquanto as bombas acendem os céus de Teerã e de Tel Aviv, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha, Reino Unido e a chefe de política externa da União Europeia se reuniram em Genebra com seu homólogo iraniano para tentar retomar as negociações nucleares do Irã com os Estados Unidos e facilitar a diplomacia para alcançar um cessar-fogo.

Às tensões do conflito em si, soma-se a ameaça do presidente americano, Donald Trump, que afirmou na quinta-feira 19 que decidiria “se aceitaria ou não” o envolvimento militar direto dos Estados Unidos, em apoio a Israel, nas próximas duas semanas.

Nesta sexta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou que a expansão do conflito entre Israel e o Irã pode “acender um fogo que ninguém poderá controlar” e apelou a ambas partes em conflito para “darem uma chance à paz”, referenciando a clássica canção antiguerra de John Lennon de 1969.

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