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Israel admite morte de civis palestinos perto de centros de ajuda humanitária em Gaza

Governo fala em 30 a 40 vítimas, enquanto ONU para em ao menos 93 mortos e 3.000 feridos

Por Júlia Sofia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 jun 2025, 16h16

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) reconheceram nesta segunda-feira, 30, que civis palestinos foram mortos em ações militares nas proximidades de centros de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (FHG), que distribui comida e outros mantimentos. Em comunicado, o Exército atribuiu os incidentes a disparos de artilharia “imprecisos” e acusou o Hamas de divulgar números inflados.

Segundo os militares, os ataques ocorreram enquanto tropas tentavam restringir o acesso de civis a zonas consideradas sensíveis nos arredores dos centros operados pela FHG, iniciativa com apoio de Israel e dos Estados Unidos.

Resultado da investigação iniciada na última sexta-feira, 27, Tel Aviv reconheceu que houve mortos e feridos. As investigações internas confirmaram ao menos três episódios classificados como “casos trágicos”, nos quais a artilharia israelense atingiu áreas próximas aos pontos de entrega de ajuda — estimativas israelenses falam de 30 a 40 vítimas palestinas.

O porta-voz do escritório de direitos humanos das Nações Unidas, Thameen Al-Kheetan, no entanto, denunciou que “os militares israelenses bombardearam e atiraram em palestinos que tentavam chegar aos pontos de distribuição, causando muitas mortes”. Ele disse que, até o momento, “mais de 410 palestinos foram mortos como resultado, (enquanto) pelo menos outros 93 também foram supostamente mortos pelo exército israelense enquanto tentavam se aproximar dos poucos comboios de ajuda da ONU e de outras organizações humanitárias“. Pelo menos 3 mil palestinos ficaram feridos nesses incidentes, acrescentou Al-Kheetan.

Na semana passada, as Nações Unidas condenaram Israel pelo “uso de alimentos como armas”, o que definiram como um “crime de guerra”. A escassez de alimentos em Gaza tornou-se aguda com um cerco rígido de Israel a todos os suprimentos ao longo de março e abril. A população local, composta por 2,3 milhões de pessoas antes da guerra, está em “risco crítico” de fome e enfrenta “níveis extremos de insegurança alimentar”, apontou um relatório em maio da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), apoiada por agências das Nações Unidas, grupos de ajuda e governos.

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Desde que o bloqueio foi parcialmente levantado no mês passado, as Nações Unidas têm tentado enviar itens básicos para o enclave, mas com grandes obstáculos, incluindo estradas congestionadas, ataques aéreos contínuos e crescentes restrições por parte dos militares israelenses.

Bombardeios intensificados

Tanques israelenses avançaram para o leste do subúrbio de Zeitoun, na Cidade de Gaza, e bombardearam diversas áreas no norte do enclave palestino na madrugada desta segunda-feira, enquanto aeronaves atingiram pelo menos quatro escolas transformadas em abrigos após ordenarem que centenas de famílias deixassem os locais, afirmou a agência de notícias Reuters. Ao menos 25 pessoas foram mortas – dez delas em Zeitoun – com a intensificação dos ataques a Gaza, que ocorre no dia em que as negociações sobre um cessar-fogo na guerra Israel-Hamas devem ser retomadas na Casa Branca.

Testemunhas relataram à Reuters o que descreveram como uma das piores noites de bombardeios israelenses em semanas. “As explosões não paravam, pareciam terremotos”, disse um morador da Cidade de Gaza, no norte do enclave. O Exército de Israel ordenou que a população palestina se dirija para o sul do território, afirmando que planejava combater militantes do Hamas que operam no norte.

Enquanto isso, um representante do governo do premiê Benjamin Netanyahu deve chegar a Washington nesta segunda-feira, um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter exigido o fim da guerra que se arrasta há vinte meses. “Fechem o acordo em Gaza, resgatem os reféns”, comandou num post na Truth Social, sua rede social.

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