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Islândia suspende polêmico evento anual de caça de baleias

Elogiada por grupos ambientalistas, decisão tem como base o resultado de um relatório encomendado pelo governo sobre bem-estar animal

Por Da Redação
Atualizado em 21 jun 2023, 15h21 - Publicado em 21 jun 2023, 14h52

Sob pressão, o ministro da Alimentação da Islândia, Svandis Svavarsdottir, anunciou nesta quarta-feira, 21, a suspensão até o final de agosto do evento anual de caça de baleias. Elogiada por grupos ambientalistas, a decisão tem como base um relatório encomendado pelo governo sobre bem-estar animal, que teria apontado a discordância da prática com os limites estabelecidos por uma lei do país.

“Se o governo e os licenciados não puderem garantir os requisitos de bem-estar, essas atividades não têm futuro”, disse o ministro em comunicado.

Segundo um monitoramento da Autoridade Alimentar e Veterinária islandesa, o tempo de caça dos animais teria ultrapassado as determinações da Lei de Bem-Estar Animal. Um vídeo citado pela instituição mostra uma perseguição de cinco horas a uma baleia em agonia.

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Dependente financeiramente da pesca e da caça às baleias há séculos, a Islândia tem perdido espaço para a concorrência com o mercado japonês. Em 2020, uma empresa do setor interrompeu a prática ao alegar que não tinha lucros. Única empresa baleeira restante, a Hvalur tem previsão de expiração da sua licença ainda este ano. Com a mudança na data do evento anual para setembro, é provável que a corporação opte por não ir ao mar.

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O governo autoriza a morte de 209 baleias-comuns, segundo maior mamífero marinho, e de 217 baleias-anãs ao longo da temporada. Além da Islândia e do Japão, a Noruega também autoriza a caça, apesar dos protestos de órgãos de defesa do direito dos animais.

“As baleias já enfrentam tantas ameaças sérias nos oceanos devido à poluição, mudança climática, emaranhamento em redes de pesca e colisões com navios, que acabar com a cruel caça comercial de baleias é a única conclusão ética”, ressaltou o diretor-executivo da Humane Society International para a Europa , Ruud Tombrock.

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No que chamou de “grande golpe” aos países que apoiam a prática, o chefe da Sea Shepherd no Reino Unido, Robert Read, afirmou que a conclusão de que a caça respeitosa às baleias não é possível nas águas islandesas demonstra que “não pode ser feita humanamente em qualquer lugar” do mundo.

“As baleias são arquitetas do oceano. Elas ajudam a aumentar a biodiversidade, ajudam a combater as mudanças climáticas ao afetar o processo de ciclagem do carbono”, concluiu.

O incentivo ao turismo de observação do grande mamífero marinho também tem sido incompatível ao evento anual. Em concordância à suspensão, uma pesquisa realizada em junho revelou que apenas 29% da população do país apoia a caça, percentual composto por pessoas de 60 anos ou mais, enquanto 51% são contrárias à tradição.

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