Inteligência israelense assume que falhou em impedir ataque do Hamas
O chefe do serviço de inteligência interna israelense reconheceu parcela de culpa nesta segunda-feira; Entenda as principais brechas de segurança
O chefe da agência de inteligência interna de Israel (Shin Bet), Ronen Bar, assumiu nesta segunda-feira, 16, a responsabilidade por não impedir os ataques terroristas do Hamas contra civis no dia 7 de outubro. Segundo ele, “vai haver um tempo para investigações, mas agora é hora de lutar”.
“Apesar de uma série de ações que realizamos, não conseguimos gerar um aviso que permitisse evitar o ataque”, afirmou a autoridade em nota divulgada pelo serviço israelense nesta segunda-feira, 16.
Ao jornal americano The New York Times, funcionários do alto escalão de segurança do país revelaram, em anonimato, que o caminho aberto pelo Hamas na fronteira de Gaza tem a ver com uma série de falhas logísticas e de inteligência.
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A Shin Bet detectou um aumento na atividade de algumas redes militares de Gaza e enviou um alerta aos soldados israelenses na linha de frente. Mas nada foi feito, seja por omissão ou não entendimento, afirmam os agentes.
Na sequência, o Hamas aproveitou essa inércia e desativou com o uso de drones estações de comunicação e torres de vigilância dispostas na divisa. Isso impediu o monitoramento por câmeras de vídeo e o controle de metralhadoras de defesa, que eram feitos de forma remota.
O maior massacre em 50 anos imposto aos israelenses foi facilitado por essa ação inicial. Os terroristas explodiram partes das cercas que separam a Faixa de Gaza do Estado de Israel e deram início a uma brutal incursão por terra, quando milhares de militantes invadiram o país com parapentes, bulldozers e a pé.
Dentre as fraquezas apontadas ao NYT, estão a dependência excessiva de um equipamento de vigilância posicionado na região fronteiriça e a concentração de comandantes em apenas uma base militar, que teriam dificultado uma resposta imediata.