Incêndios esvaziam 5 cidades perto de Atenas e deixam 16 feridos
'Se alguém duvida de que a mudança climática é real, que venha e veja a intensidade do fenômeno aqui', disse o primeiro-ministro grego
Centenas de bombeiros combatem um gigantesco incêndio florestal nos arredores de Atenas nesta sexta-feira, 6. Mais de 1.200 hectares queimaram desde terça-feira 3 e o primeiro-ministro grego, Kyriákos Mitsotákis, definiu a situação como “crítica”.
Centenas de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas para fugir das chamas em pelo menos cinco cidades próximas à capital. Nas últimas 48 horas, 16 pessoas foram hospitalizadas com queimaduras leves, ou com problemas respiratórios.
A cidade de Afidnes, 30 km ao norte de Atenas, sofre com as chamas mais violentas, que se intensificam com o vento. A estrada que liga Atenas ao norte do país e a rodovia nacional foram bloqueadas por precaução.
“Enfrentamos condições sem precedentes, pois vários dias de forte calor transformaram todo país em um barril de pólvora”, afirmou Mitsotákis sobre a situação.
O vice-ministro da Proteção Civil, Nikos Hardalias, afirmou que 57 dos 99 incêndios contabilizados na quinta-feira permaneciam ativos durante a noite, em particular na ilha de Eubeia e no Peloponeso, nas regiões oeste e leste do país, onde a situação continuava preocupante nesta sexta. Na ilha de Eubeia, alguns monges foram retirados à força, após se recusarem a deixar seu mosteiro.
Bombeiros franceses chegaram na quinta-feira 5 à Grécia para colaborar nos trabalhos. Também estão previstos reforços de Suíça, Suécia, Romênia e Israel.
A região do Mediterrâneo sofre com a pior onda de calor em décadas. Itália e Turquia também sofrem com incêndios, que as autoridades relacionam com o aquecimento global.
“Se alguém duvida de que a mudança climática é real, que venha e veja a intensidade do fenômeno aqui”, disse o primeiro-ministro, enquanto inspecionava os vestígios arqueológicos do lugar onde aconteceram os Jogos Olímpicos da Antiguidade, também sob risco.