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Inabilitação tem teor ‘político’, diz pupilo de Le Pen e plano B da extrema direita na França

Jordan Bardella declara 'lealdade total' à madrinha política após tribunal condená-la por desvio de recursos públicos

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 abr 2025, 08h52

Jordan Bardella, presidente do partido de extrema direita francês Reagrupamento Nacional (RN), descreveu nesta terça-feira, dia 1º, a condenação de Marine Le Pen e sua inabilitação a concorrer a cargos públicos como “desproporcional, política e partidária”. Pupilo da líder ultradireitista da França, que não poderá participar das eleições presidenciais de 2027, ele é visto como um possível substituto.

Le Pen e outros 24 membros do RN foram considerados culpados de desvio de recursos públicos do Parlamento Europeu. Bardella afirmou que a decisão da Justiça priva milhões de eleitores franceses de seu direito democrático de colocá-la no Palácio do Eliseu. Ela disse que apelará contra a decisão. Se bem-sucedida, ocorrerá um novo julgamento que poderia anular o veredito a tempo de fazer campanha para a Presidência.

Bardella, que é visto como o Plano B do RN se o recurso falhar, se recusou a considerar esse cenário e prometeu lealdade à madrinha política.

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“Marine Le Pen me deu tudo na política”, disse ele ao canal francês CNews. “Foi ela quem me deu a oportunidade de estar diante de vocês hoje. O mínimo que posso fazer é lutar com ela até o fim. Trabalhamos juntos, de mãos dadas e em total confiança. Tenho total lealdade. Aqueles que pensam que mataram o RN e nos tiraram do jogo não terão sucesso.”

Ele rejeitou as acusações de desvio de fundos como um mero “desentendimento administrativo com a União Europeia” e descreveu a sentença como uma “farsa”.

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“O lugar para lutar contra adversários é em terreno político, não legal. Eu digo àqueles que se alegram com esta decisão: hoje somos nós, amanhã serão vocês”, alertou, convocando “protestos pacíficos e democráticos” em todo o país.

“Não somos fachos, racistas ou de extrema direita. Somos pessoas razoáveis, patriotas, que amam nosso país e estamos lutando pelo povo francês. Estamos lutando para chegar ao poder, não para permanecer na oposição”, completou Bardella.

Entenda a condenação

O Tribunal Penal de Paris considerou Le Pen, oito eurodeputados e doze assistentes parlamentares culpados de desvio de fundos da União Europeia. Os réus não foram acusados ​​de embolsar o dinheiro, mas sim de usar fundos do bloco em benefício de seu partido.

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“Foi estabelecido que todas essas pessoas estavam realmente trabalhando para o partido, e que seu legislador (da UE) não havia dado a elas nenhuma tarefa”, declarou a juíza Bénédicte de Perthuis, presidente do tribunal. “As investigações também mostraram que esses não foram erros administrativos, mas desvio de fundos dentro da estrutura de um sistema estabelecido para reduzir os custos do partido.”

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Além da inelegibilidade, Le Pen também foi condenada a quatro anos de prisão, sendo dois suspensos e dois a serem cumpridos em regime de prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, e uma multa de 100 mil euros. A sentença será adiada até que o processo de apelação seja esgotado, mas a proibição de se candidatar a cargos públicos entra em vigor imediatamente.

“O tribunal levou em consideração, além do risco de reincidência, a grande perturbação da ordem pública se uma pessoa já condenada fosse candidata à eleição presidencial”, acrescentou de Perthuis.

A líder radical é considerada a maior força rival do presidente francês, Emmanuel Macron. Em 2027, porém, ele não poderá concorrer novamente, pois atingiu o limite de dois mandatos, e deve apontar um sucessor de seu partido centrista, o Juntos.

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