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Imigrantes fazem greve de fome para exigir visto humanitário do México

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, havia prometido os vistos aos integrantes de uma caravana que seguia rumo aos EUA

Por Da redação
10 Maio 2018, 11h19

Sem respostas do governo do México sobre os vistos humanitários prometidos pelo presidente Enrique Peña Nieto, um grupo de imigrantes centro-americanos que seguiam em uma caravana  rumo aos Estados Unidos optou pela greve de fome para pressionar as autoridades mexicanas a agilizarem o processo.

“Nós estamos sentindo que o que eles estão fazendo é lento demais”, disse à agência Efe Patrício Sánchez, um hondurenho que faz parte do grupo de quinze imigrantes em greve de fome na última segunda-feira, na cidade de Hermosillo, no estado de Sonora.

Apoiados pela organização Povo sem Fronteiras (PSF), que promove anualmente a caravana, os imigrantes escolheram como local de protesto os arredores do escritório do Instituto Nacional de Migração (INM). Os manifestantes estão sendo auxiliados por funcionários da Cruz Vermelha, que monitoram suas saúdes em um local onde a temperatura pode atingir 40°C na sombra.

A caravana é formada por mais de mil pessoas, na grande maioria hondurenhos, e começou seu trajeto no dia 25 de março em Tapachula, cidade no sul do México, próxima à fronteira com a Guatemala. Durante a passagem por Matías Romeo, no estado mexicano de Oaxaca, onde o grupo permaneceu por alguns dias, o INM ofereceu vistos humanitários aos que quisessem permanecer no país.

“Mentiram para nós, nos colocaram em um processo de trâmite e agora estamos fazendo uma greve de fome para eles agilizarem isso”, disse Sánchez.

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O diretor da Povo Sem Fronteiras no México, Irineo Mujica, afirmou que a intenção de Peña Nieto era “satisfazer aos Estados Unidos”. Durante a passagem da caravana por Oaxaca, o presidente americano, Donald Trump, publicou uma mensagem no Twitter para alertar sobre a chegada da caravana ao país e afirmou que os imigrantes deveriam ser detidos antes da fronteira.

Mais tarde, Trump se vangloriou afirmando que a caravana tinha se dissolvido e que o México resolveu agir depois de ser pressionado pelas ameaças americanas de deixar o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). A caravana, porém, seguiu firme.

No entanto, depois de alguns imigrantes terem aceitado os vistos humanitários oferecidos pelo INM, o governo do México anunciou que a caravana tinha decidido se dispersar por opção de seus integrantes. “Realmente acho que, como eles já responderam aos Estados Unidos, não existe intenção de conceder os vistos”, disse Mujica.

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Os imigrantes decidiram que apenas quinze pessoas participariam da greve de fome para facilitar que a saúde de todos fosse monitorada. Caso algum deles não aguente o protesto, outro pode substituí-lo. “Não adianta que todos entrem em greve de fome e fiquem doentes. Os que decidiram fazê-lo são fortes e querem protestar com uma mentalidade pacífica”, explicou o representante da PSF.

Protegidos pela sombra, os imigrantes descansam nos arredores do prédio do INM cercados pelas mochilas e sacolas com seus pertences. Eles também ergueram uma grande cruz de madeira, local usado para que todos se sentem em círculos e façam preces de mãos dadas. “Nós nos preparamos com oração. Fisicamente e mentalmente estamos preparados para ver até onde vamos chegar”, disse Sánchez.

As críticas, porém, não se estendem ao povo mexicano, que apoiou os imigrantes ao longo da caravana. “Nos albergues não nos faltou comida, colchonetes, água. Que Deus multiplique para eles o que nos foi dado”, disse Aguirre.

A caravana, organizada anualmente e que nesta edição bateu recorde de participação, se dissolveu oficialmente no último dia 9 de abril, quando chegou à Cidade do México. Na capital mexicana os imigrantes se dividiram em pequenos grupos. Alguns preferiram solicitar refúgio no México e outros seguiram rumo aos Estados Unidos por diferentes caminhos. Cerca de 300 chegaram a Tijuana, na fronteira com o estado americano da Califórnia, e iniciaram o processo de pedido de asilo no país.

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(Com EFE)

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