Homem detona granada dentro de posto de recrutamento militar na Ucrânia
Incidente, que não deixou mortos, ocorre em meio à insatisfação popular com uma campanha de mobilização para repor soldados na guerra contra Rússia
Um homem, que ainda não foi identificado pelas autoridades, detonou uma granada em um escritório de recrutamento militar na cidade de Busk, no oeste da Ucrânia, durante a madrugada desta segunda-feira, 15, provocando uma explosão. O incidente acontece em meio a uma crescente insatisfação popular em relação à campanha de mobilização para repor o minguante número de soldados no país, quase dois anos e meio após a invasão russa.
A polícia da região a oeste de Lviv abriu investigações sobre o caso e afirmou que a explosão danificou a fachada do escritório de recrutamento e suas janelas, mas não deixou feridos. O indivíduo fugiu após lançar a granada, de acordo com a polícia.
“Os policiais estão tomando medidas para identificar e deter o culpado”, disse o serviço policial local. De acordo com os agentes de segurança, o incidente não deixou mortos.
Escassez de soldados
Para repor os militares exaustos, que estão em desvantagem numérica em relação ao exército russo, Kiev está realizando uma campanha de mobilização para atrair novos soldados.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, reduziu a idade de alistamento de 27 para 25 anos em abril e revisou as regras de mobilização do exército, obrigando homens com menos de 60 anos a renovarem seus dados pessoais nos sistemas do governo para serem convocados mais facilmente.
No entanto, as medidas foram recebidas com pouco entusiasmo pelo público e analistas militares descrevem o a mobilização militar como um dos principais desafios do campo de batalha de Kiev. Um oficial ucraniano, identificado apenas como “Fantomas”, disse à agência de notícias Reuters que “a maioria das filas (nos escritórios de recrutamento) são de pessoas que querem obter algum tipo de dispensa”.
Apesar do baixo interesse, os militares ucranianos afirmam que a taxa de recrutamento mais que dobrou em maio e junho em comparação aos dois meses anteriores. O secretário do Comitê de Defesa Nacional do parlamento, Roman Kostenko, estimou que o exército ucraniano poderia alistar 200 mil soldados até o final do ano se o processo continuar no ritmo atual.