Histórico de navegação de atirador gera nova teoria sobre atentado a Trump
Thomas Matthew Crooks pesquisou sobre massacre em escola no Michigan, em 2021, antes da tentativa de assassinato contra o ex-presidente dos EUA
O agressor que tentou assassinar o ex-presidente americano Donald Trump durante um comício eleitoral na Pensilvânia, Thomas Matthew Crooks, 20 anos, fez buscas no Google e acessou sites para aprender a construir explosivos, bem como para obter informações sobre Ethan Crumbley – adolescente que matou quatro alunos em um ataque a tiros em uma escola no Michigan, em 2021. Ele e seus pais foram presos pelos crimes (os responsáveis, condenados por homicídio culposo).
Os investigadores examinaram mensagens de texto, e-mails, redes sociais e o histórico de navegação do atirador em busca de pistas que possam esclarecer os motivos por trás do atentado contra Trump. A descoberta das pesquisas sobre Ethan Crumbley e o massacre na escola do Michigan reforçou a teoria das autoridades de que o plano de Crooks era realizar um ataque a tiros em massa, e o evento de Trump era apenas a oportunidade mais próxima, de acordo com a emissora americana CNN, que entrevistou um funcionário do governo americano informado sobre o assunto.
Enquanto planejava o atentado, Crooks também pesquisou a data da Convenção Nacional Democrata, que reunirá os principais membros do partido em Chicago em agosto, bem como os próximos locais onde Trump faria discursos e outras informações sobre o candidato republicano e o presidente do país, Joe Biden.
No dia do comício, o atirador buscou por fotos do local do comício na cidade de Butler, na Pensilvânia, e por uma loja de armas próxima de sua casa, onde ele comprou balas. Minutos antes de atirar contra o ex-presidente, ele fez uma captura de tela da transmissão ao vivo do comício em Butler.
As informações foram divulgadas na quarta-feira 17 pelo FBI e por autoridades do Serviço Secreto, que conseguiram acessar o celular e o laptop do atirador. Nos dispositivos, também foram encontradas fotos de Biden e Trump, além de imagens de outros políticos americanos, como o líder do Partido Democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, e o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson. As fotos, no entanto, não estavam relacionadas a mensagens ameaçadoras e pareciam ter sido baixadas da internet, segundo as autoridades.
Busca por motivos
Durante as buscas, investigadores também encontraram dispositivos explosivos rudimentares, um colete à prova de balas e um carregador de balas do tipo que ele usou no ataque. Além disso, em seu carro, acharam um drone. Na casa da família, também foram recuperadas 14 armas de fogo e explosivos adicionais, além de um segundo celular, um laptop e um disco rígido.
Crooks visitou o local onde o comício seria realizado uma semana antes do evento, e novamente no dia do atentado. Membros de sua família e pessoas próximas o descreveram como quieto e solitário, mas enfatizaram que não acreditavam que ele seria capaz de cometer um atentado. Também disseram que o suspeito de 20 anos não apresentava interesse algum por política.