Hipopótamos de Pablo Escobar serão abatidos na Colômbia
Entre os 166 animais, 20 serão esterilizados, outros serão transferidos para o exterior e 'alguns' serão sacrificados, informou a ministra do Ambiente
A ministra do Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, informou nesta quinta-feira 2 que parte dos 166 hipopótamos descendentes do rebanho cultivado pelo traficante Pablo Escobar será abatida em razão do descontrole na reprodução. Entre o número total, 20 serão esterilizados, outros serão transferidos para o exterior e “alguns” serão sacrificados.
“Estamos trabalhando no protocolo para a exportação dos animais”, disse Muhamad, acrescentando que a eutanásia é o último recurso a ser acionado. “Não vamos exportar um único animal se não houver autorização da autoridade ambiental do outro país.”
O chefe do cartel de Medellín importou os animais para o seu zoológico particular na Hacienda Nápoles, localizada no município colombiano de Puerto Triunfo. Após a sua morte, em um tiroteio com a polícia em 1993, a fazenda foi entregue aos moradores pobres pelo governo, e os hipopótamos foram deixados em liberdade por serem difíceis de capturar.
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Há anos, as autoridades locais procuram conter a explosão populacional no principal rio da Colômbia, o Magdalena. As medidas, que incluíram esterilização e transferência para zoológicos ao redor do mundo, não provocaram os efeitos desejados. As estimativas locais indicam que eles chegarão à casa dos milhares até 2035 caso nenhuma medida de controle seja promovida.
A falta de predadores naturais e a existência da região pantanosa de Antioquia, no noroeste do país, proporcionam as condições perfeitas para a reprodução incessante do animal nativo africano. O boom de hipopótamos fez com que eles fossem declarados uma espécie invasora no ano passado, uma vez que representariam uma ameaça aos seres humanos e aos animais naturais da região.
Em contrapartida, ativistas argumentam que a esterilização promove sofrimento para os hipopótamos e é perigosa para os veterinários – os animais são os maiores no âmbito terrestre, além de serem os mais agressivos, provocando a morte de cerca de 500 pessoas anualmente. As comunidades de pescadores do Rio Magdalena foram atacadas e alguns dos mamíferos invadiram o pátio de uma escola, mas não foram registradas vítimas.