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Hegseth contesta avaliação do Pentágono e diz que Trump ‘dizimou’ programa nuclear do Irã

Ministro da Defesa dos EUA afirma que ataques americanos foram sucesso, citando modelos de IA para questionar informações de inteligência vazadas

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 jun 2025, 08h53

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, sustentou na noite de quinta-feira 26 que os ataques americanos às instalações de enriquecimento de urânio do Irã e disse que o presidente Donald Trump havia “dizimado e obliterado” o programa nuclear do país. A fala contraria avaliações iniciais da agência de inteligência do próprio Pentágono, de que a ofensiva não havia destruído instalações-chave de enriquecimento e que poderiam retomar as operações em menos de seis meses.

O que ele e o chefe do Estado-Maior Conjunto, o general Dan Caine, fizeram foram basear suas falas em modelos de inteligência artificial (IA), exibindo vídeos de teste das bombas “bunker buster” (superbombas de 13 toneladas) usadas nos ataques para atingir as instalações incrustradas 60 km abaixo de montanhas.

Em declaração à imprensa no Pentágono, Hegseth questionou a avaliação inicial da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês), observando que era “preliminar” e “vazou porque alguém tinha a intenção de tentar turvar as águas e fazer parecer que este ataque histórico não foi bem-sucedido”.

Ele afirmou ainda desconhecer informações que sustentem outro importante ponto do relatório da DIA: que grande parte do estoque de urânio enriquecido iraniano havia sido transferido para instalações secretas antes dos ataques e que, na verdade, pouco material nuclear foi destruído. (Caso esse cenário seja verdadeiro, o Irã ainda teria plena capacidade para produzir uma bomba nuclear em pouco tempo. Antes dos ataques, estimava-se que o país tivesse 400 kg de urânio enriquecido a 60% – 90% é o nível para uso militar.)

“Não tenho conhecimento de nenhuma informação de inteligência que diga que as coisas não estavam onde deveriam estar, transportadas ou não”, disse Hegseth.

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“Vazamento com fins políticos”

O secretário americano também criticou a imprensa por usar informações vazadas em reportagens. O governo Trump indicou que poderia perseguir ou até mesmo demitir repórteres por publicarem os resultados da avaliação inicial.

“Repetidamente, informações confidenciais são vazadas ou disseminadas para fins políticos na tentativa de prejudicar a imagem do presidente, e o que realmente está acontecendo é que vocês estão minando o sucesso dos nossos incríveis pilotos”, acrescentou Hegseth.

Caine, por sua vez, reiterou que os ataques americanos foram bem-sucedidos na medida em que correspondiam a um modelo desenvolvido pelo Pentágono, que, segundo ele, previa a destruição da instalação subterrânea de Fordow. Outras duas foram atingidas: Natanz e Isfahan.

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De acordo com o general, o principal alvo em Fordow eram dois poços de ventilação que levam ao complexo subterrâneo. As primeiras armas foram usadas para demolir tampas de concreto projetadas para impedir um ataque semelhante e, em seguida, sucessivas bombas “bunker buster” foram lançadas pelos poços de cada lado, a fim de atingir o local que abrigava as centrífugas de enriquecimento de urânio.

Caine afirmou que a operação, chamada “Martelo da Meia-Noite”, foi “o ápice de 15 anos de trabalho incrível” de oficiais da Agência de Redução de Ameaças de Defesa.

Avaliações iranianas

Na quinta-feira, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que os ataques dos Estados Unidos “não alcançaram nada” e que Trump havia “exagerado” seu impacto, em seus primeiros comentários desde a declaração do cessar-fogo com Israel.

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O ministro das Relações Exteriores do país, depois, classificou os danos como “graves”, mas acrescentou que uma avaliação detalhada estava em andamento. Abbas Araghchi também descartou o que chamou de “especulação” de que Teerã se sentaria à mesa para novas negociações com os Estados Unidos e disse que “isso não deveria ser levado a sério”. Ele também afirmou que um projeto de lei aprovado na quarta-feira, que suspende a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão fiscalizador da ONU, agora é “vinculativo”.

“Novas evidências”

O relatório da Agência de Inteligência de Defesa afirmou que o ataque americano, utilizando 14 bombas GBU-57 de 13 toneladas, não destruiu os principais componentes das instalações de enriquecimento nuclear e provavelmente atrasou o programa nuclear iraniano em apenas seis meses meses.

Altos funcionários da inteligência de Trump, porém, afirmaram na quarta-feira que havia “novas evidências” que mostravam que as instalações haviam sido destruídas.

O diretor da CIA, John Ratcliffe, afirmou em um comunicado que uma fonte “historicamente confiável” indicou que “várias instalações nucleares iranianas importantes foram destruídas e teriam que ser reconstruídas ao longo dos anos”. O diretor de inteligência nacional, Tulsi Gabbard, também afirmou que “novas informações” mostraram que três instalações nucleares em Fordow, Natanz e Isfahan levariam anos para serem reconstruídas.

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