Reféns são libertadas pelo Hamas após cessar-fogo entrar em vigor
Três mulheres que haviam sido sequestradas estão de volta em território israelense. Outros trinta devem se ver livres na primeira fase do acordo de trégua

Três reféns foram libertadas pelo Hamas neste domingo, 19, no âmbito do acordo de cessar-fogo com Israel na guerra na Faixa de Gaza, que entrou em vigor mais cedo. As três primeiras reféns israelenses foram entregues à Cruz Vermelha, que as transferiu para as forças israelenses em Gaza e, depois, foram levadas de volta a território israelense.
Mais cedo, o Hamas havia divulgado os nomes das reféns: Doron Steinbrecher, 31, e Emily Damari, 28, que foram sequestradas de seu kibutz, e Romi Gonen, 24, que foi levada pelo grupo no Festival Supernova. O governo de Israel divulgou, durante a tarde, fotos do reencontro das três mulheres e suas mães. Confira.
They’re home. pic.twitter.com/PHkJ3yZLrV
— Israel Defense Forces (@IDF) January 19, 2025
As três foram levadas de helicóptero com suas mães ao Tel Hashomer Hospital, na região central de Israel. Elas devem se encontrar com outros familiares no local e receber atendimento médico.
Nos próximos dias, as três mulheres devem ficar sob observação no Safra Children’s Hospital, no Sheba Medical Center. Elas devem passar por check-ups e receber novas roupas, itens de higiene pessoal e refeições especialmente preparadas para elas.
Saiba quem são as reféns libertadas neste domingo:
Doron Steinbrecher, 31
Doron Steinbrecher é enfermeira veterinária e foi levada de sua casa em Kfar Aza. Segundo o jornal britânico The Guardian, Steinbrecher apareceu em um vídeo divulgado pelo Hamas em janeiro de 2024 com outras duas reféns, Daniella Gilboa e Karina Ariev. Elas imploravam por sua libertação.
Emily Damari, 28
Emily Damari tem dupla cidadania, britânica e israelense, e foi sequestrada pelo Hamas em Kfar Aza. Segundo o Guardian, citando amigos e familiares de Damari, ela foi baleada na mão e sofreu ferimentos na perna. Damari foi vendada antes de ser colocada no porta-malas de seu próprio carro e levada para Gaza.
Romi Gonen, 24
Romi Gonen foi levada pelo grupo terrorista no Festival Supernova, uma festa de música eletrônica que ocorria perto da fronteira com a Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023. Gonen teria sido baleada na mão enquanto tentava fugir após o ataque do Hamas ao evento. Três de suas amigas que estavam com ela no festival foram mortas pelo grupo.
Impasse de última hora
A trégua deveria ter começado às 8h30 no horário local — 3h30 no horário de Brasília –, mas foi adiada por causa de uma demora na divulgação dos nomes das reféns levadas pelo Hamas que seriam libertadas hoje. O cessar-fogo começou, de fato, às 11h15 no horário local (6h15 de Brasília).
Mais cedo, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou um comunicado afirmando que o cessar-fogo não entraria em vigor até que o nome das sequestradas não fosse divulgado.
O Hamas justificou o atraso citando “questões técnicas” e divulgou os nomes das três mulheres. O governo de Israel, então, confirmou o início da trégua para 11h15 (horário local).
Como vai ser a troca inicial
Sob a primeira fase do acordo, que deve durar 42 dias, o Hamas concordou em libertar 33 reféns, entre eles crianças, mulheres — incluindo militares — e pessoas com mais de 50 anos. Em troca, Israel libertaria 50 prisioneiros palestinos para cada mulher das Forças Armadas de Israel, e 30 para os demais reféns.
No dia 19, espera-se que três israelenses sejam libertados, seguidos por mais quatro no próximo domingo, e assim sucessivamente ao final de cada semana do cessar-fogo. Tel Aviv declarou que a lista de 33 pessoas viria a público somente após os reféns terem sido entregues às Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que os cidadãos franco-israelenses Ofer Kalderon e Ohad Yahalomi estão no primeiro grupo de reféns a serem libertados.
Outra lista, contendo os nomes daqueles que serão libertados nas próximas seis semanas, foi vazada pela mídia israelense nesta sexta-feira. Além disso, de acordo com o jornal israelense Haaretz, os nomes dos prisioneiros palestinos a serem libertados serão publicados no site do Ministério da Justiça, ‘‘junto com os crimes pelos quais foram condenados’’, imediatamente após o gabinete completo aprovar o acordo.
De acordo com uma cópia do acordo que circula na mídia de Israel, nove israelenses doentes e feridos serão libertados em troca de 110 palestinos que cumprem prisão perpétua. Homens com mais de 50 anos na lista de 33 reféns serão trocados na proporção de um para três, no caso de prisões perpétuas, e um para 27, para outras sentenças.