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Hamas faz acordo com 13 facções palestinas para governo ‘unificado’ em Gaza

Durante negociações em Pequim, os grupos concordaram em criar um 'governo de reconciliação nacional' para liderar o territórios palestino após a guerra

Por Da Redação
Atualizado em 23 jul 2024, 13h03 - Publicado em 23 jul 2024, 12h35

Diversas facções palestinas, incluindo os grupos rivais Hamas e Fatah, assinaram nesta terça-feira, 23, um acordo para formar um governo de “unidade nacional” para liderar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia após o fim da guerra contra Israel.

O acordo, firmado na China pelos 14 grupos palestinos após três dias de negociações intensas, estabelece as regras iniciais para a criação de um “governo interino de reconciliação nacional”, disse o Ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi. 

“Hoje assinamos um acordo para a unidade nacional, e dizemos que o caminho para completar esta jornada é a unidade nacional”, disse Mousa Abu Marzouk, um dos líderes do Hamas. 

Mustafa Barghouti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, uma das 14 facções que assinaram o acordo, disse à emissora catari Al Jazeera que a guerra em Gaza foi o “fator principal” que motivou os grupos palestinos a deixarem de lado suas diferenças e se unirem.

“Não há outra maneira agora senão os palestinos se unirem e lutarem juntos contra essa terrível injustiça”, afirmou ele. 

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De acordo com Barghouti, o acordo vai “muito mais longe” do que qualquer outro firmado nos últimos anos e é composto por quatro objetivos principais: o estabelecimento de um governo interino de unidade nacional, a formação de uma liderança palestina unificada antes de futuras eleições, a realização de eleições livres para um novo Conselho Nacional Palestino e uma declaração geral de unidade diante dos ataques israelenses em Gaza.

Oposição de Israel

Israel se opôs ao acordo anunciado pelos grupos palestinos, reforçando sua rejeição à qualquer posição ocupada pelo Hamas no governo de Gaza. 

O Ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, criticou o chefe do Fatah e presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, por abraçar “os assassinos e estupradores do Hamas, revelando sua verdadeira face.”

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“Na realidade, isso (um governo palestino de união nacional) não vai acontecer porque o governo do Hamas será esmagado, e Abbas estará observando Gaza de longe. A segurança de Israel permanecerá exclusivamente nas mãos de Israel”, escreveu Katz em suas redes sociais.

Patrocínio chinês

A iniciativa chinesa para costurar o acordo, chamado de “Declaração de Pequim” demonstra o interesse da segunda maior economia do mundo em ter uma maior influência na geopolítica do Oriente Médio.

Após a assinatura do pacto, Wang afirmou que “a reconciliação é uma questão interna para as facções palestinas, mas, ao mesmo tempo, não pode ser alcançada sem o apoio da comunidade internacional”.

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Historicamente, China demonstrou apoiar uma solução de dois Estados, com a criação de uma nação palestina ao lado de Israel. Em maio, o presidente chinês, Xi Jinping, pediu uma “conferência internacional de paz” para acabar com a guerra em Gaza.

Hamas e Fatah

A rivalidade entre os dois principais partidos políticos da Palestina se intensificou em 2006 após a vitória do Hamas nas eleições. Rejeitando o resultado da votação, o Fatah dissolveu o Conselho Nacional Palestino e assumiu o controle da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que tem poder administrativo parcial na Cisjordânia, ocupada por militares e colonos israelenses. 

Enquanto o Hamas defende a resistência armada para a destruição total de Israel, o Fatah reconhece o Estado judeu e propõe negociações pacíficas para uma solução de dois Estados. A reconciliação entre os dois grupos foi impulsionada pela intensificação da guerra em GazaAs duas facções já haviam se reunido em Pequim em abril, quando expressaram o desejo de negociar pela primeira vez.

Na época, a dupla “demonstrou sua vontade política de alcançar a reconciliação por meio do diálogo e da consulta” e fez progressos em “muitas questões específicas”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian.

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