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Haiti declara emergência e toque de recolher após fuga de detentos

Mais de 3.000 prisioneiros fugiram após um ataque de gangues armadas às duas maiores prisões do país

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 12h40 - Publicado em 4 mar 2024, 14h37

O governo do Haiti declarou neste domingo, 3, estado de emergência e toque de recolher noturno por três dias na capital, Porto Príncipe, após gangues armadas invadirem as duas maiores prisões do país. Como consequência, 3.000 criminosos fugiram e ao menos dez pessoas morreram, incluindo quatro policiais. A restrição ocorre no final de semana mais sangrento do país, em meio à descontrolada onda de violência que assola a região.

O comunicado oficial indicou que o toque de recolher no Departamento Oeste, onde está situado Porto Príncipe, acontecerá entre 18h e 5h deste domingo até quarta-feira. O decreto foi assinado pelo ministro da Economia, Patrick Michel Boisvert, que está no cargo de primeiro-ministro em exercício do país enquanto o primeiro-ministro Ariel Henry está no exterior à procura de apoio para uma força de segurança apoiada pelas Nações Unidas a fim de estabilizar o Haiti. 

As medidas visam “restabelecer a ordem e tomar as medidas apropriadas para recuperar o controle da situação”, declarou o governo. Frente à ameaça causada pela fuga dos presídios, a polícia nacional anunciou que fará “tudo o que estiver ao seu alcance para localizar os prisioneiros fugitivos e prender os responsáveis pelos atos criminosos e os seus cúmplices”.

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Crise na segurança

O Haiti está sob constante ameaça à segurança, agravada depois do assassinato do então presidente Jovenel Moïse, em 2021. De lá para cá, foram registrados “atos criminosos cada vez mais violentos perpetrados por gangues armadas” em Porto Príncipe, acrescentou o comunicado do governo após o ataque às prisões.

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A violência de gangues se tornou habitual e assumiu o controle de áreas extensas do país. O ataque deste sábado à Penitenciária Nacional de Porto Príncipe, no entanto, agravou o cenário de insegurança, por ter deixado a prisão praticamente vazia. A maioria dos 4.000 detidos escapou, e três corpos com ferimentos de bala foram vistos estirados na frente da cadeia, informou o jornal britânico The Guardian

Homem observando corpos mortos após o ataque na Penitenciária Nacional de Porto Príncipe. 03/03/2024
Homem observando corpos após o ataque à Penitenciária Nacional de Porto Príncipe. 03/03/2024 (Jean Luckenson/AFP)

Sequestradores, líderes de gangues e os 18 ex-soldados acusados de envolvimento no atentado contra Moïse estavam na Penitenciária Nacional. Ela foi construída com capacidade de abrigar 700 detentos, mas superou a marca de 3.600 detidos em fevereiro do ano passado, segundo a Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH).

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De acordo com o diretor-executivo da instituição, Pierre Espérance, foram encontrados corpos de diversos detentos. Um jornalista da AFP que esteve no local na manhã deste domingo afirmou que observou uma dezena de corpos nos arredores da penitenciária.

As gangues armadas vem atacando locais estratégicos da capital desde quinta-feira, com o objetivo de derrubar o governo do primeiro-ministro Ariel Henry, que está no poder desde 2021, mas deveria ter abandonado o cargo em fevereiro.

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