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Guiné mergulha no caos após golpe militar

Junta militar estabeleceu toque de recolher e proibiu funcionários do antigo governo de viajarem para o exterior

Por Ernesto Neves Atualizado em 6 set 2021, 16h23 - Publicado em 6 set 2021, 16h01

Um dia após o golpe de Estado que derrubou o presidente da Guiné, Alpha Conde, militares anunciaram um toque de recolher nacional. A medida, disseram, vai durar “até segunda ordem”.

O comunicado foi lido na sede da rede da TV estatal, na capital da Guiné, Conakry, tomada desde as primeiras horas do domingo,

Os militares anunciaram a substituição dos governadores por membros das Forças Armadas, assim como a proibição de membros do antigo governo de deixarem o país.

Líder responsável pelo golpe, o coronel Mamadi Doumbouya apareceu na transmissão envolto numa bandeira da Guiné. Ele afirmou durante o pronunciamento ser “um dever e todo soldado salvar o país”. 

“O culto à personalidade na da vida política acabou. Não vamos mais confiar a política a um homem, vamos confiá-la ao povo ”, disse, acrescentando que a constituição e o governo também seriam dissolvidos e as fronteiras fechadas por uma semana.

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Doumbouya, que chefiou uma unidade de forças especiais nas Forças Armadas, disse que estava agindo “no melhor interesse da nação”. De acordo com o golpista, “não houve progresso econômico desde a independência da França, em 1958”. 

Desde o domingo, uma série de vídeos foram compartilhados nas redes sociais com imagens do presidente, Alpha Conde, cercado por soldados. Seu paradeiro ainda não foi confirmado pela Junta Militar. 

Houve ainda relatos de tiroteios no entorno do Palácio Presidencial.

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Os eventos geraram preocupação e condenação de observadores regionais e internacionais, incluindo o secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres. Ele pediu a libertação imediata de Conde.

O líder do golpe, Mamadi Doumbouya, discursa na TV estatal da Guiné
O líder do golpe, Mamadi Doumbouya, discursa na TV estatal da Guiné (Al Jazeera/Reprodução)
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