Grupo mercenário Wagner deixará de lutar na Ucrânia, diz mídia russa
Yevgeny Prigozhin, líder da milícia privada, se recusou a assinar contrato para anexar seus combatentes ao Exército regular da Rússia
O grupo mercenário Wagner não lutará mais na Ucrânia, informou a agência de notícias estatal russa Tass nesta quinta-feira, 29, porque o chefe da milícia, Yevgeny Prigozhin, recusou-se a assinar um acordo com o governo russo para anexar suas forças ao Exército regular do país.
O contrato faria com que o grupo Wagner passasse ao guarda-chuva do Ministério da Defesa russo. Sem a medida, a organização deixará de ser financiada pelo Kremlin. Na quarta-feira 28, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que os mercenários eram totalmente financiados pelo Estado, que direcionou 86,262 bilhões de rublos (cerca de 4,86 bilhões de reais) apenas para salários e bônus dos combatentes no último ano.
No sábado 24, membros do grupo Wagner iniciaram uma rebelião contra parte do governo russo. Naquele dia, suas forças entraram em cidades no sul do país por meio da fronteira ucraniana e iniciaram uma marcha sobre Moscou.
A revolta foi encerrada na noite do mesmo dia, com base em um acordo firmado pelo Kremlin e o líder da milícia, Prigozhin. As partes combinaram que ele deveria se exilar em Belarus, país aliado de Moscou, onde chegou na terça-feira 27, mas nenhum outro membro do grupo Wagner que participou do motim seria processado criminalmente. Já os mercenários que não aderiram à revolta seriam integrados ao Exército regular.
Prigozhin disse em 11 de junho que o grupo Wagner não assinaria nenhum contrato com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, porque ele considerava a autoridade russa incapaz de administrar unidades militares.