Groenlândia não está à venda, diz primeiro-ministro em resposta a Trump
Território faz parte da Dinamarca há mais de 600 anos

O primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, afirmou nesta segunda-feira, 23, que a gigantesca ilha do Ártico não está à venda, depois que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou novamente seu desejo de que os EUA comprem o território que faz parte da Dinamarca há mais de 600 anos.
“A Groenlândia é nossa. Não estamos à venda e nunca estaremos à venda. Não devemos perder nossa longa luta pela liberdade”, disse Egede em um comunicado.
Ao anunciar sua escolha de Ken Howery como novo embaixador americano na Dinamarca, no domingo, Trump levantou a questão da “propriedade e controle” da Groenlândia.
“Para fins de Segurança Nacional e Liberdade em todo o mundo, os Estados Unidos da América sentem que a propriedade e o controle da Groenlândia são uma necessidade absoluta”, escreveu Trump na rede social Truth Social.
Ideia ‘absurda’
Durante seu primeiro mandato, o presidente eleito já havia sugerido que os EUA deveriam comprar a Groenlândia — onde fica a base espacial Pituffik US, estrategicamente importante para os militares americanos.
Na época, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, classificou a ideia como “absurda”, levando Trump a responder, descrevendo a resposta de Frederiksen como “antipática” e cancelado uma visita a Copenhague.
A Groenlândia é uma região autônoma da Dinamarca desde 2009 e tem cerca de 56.000 habitantes. O país nórdico colonizou a ilha de 2 milhões de quilômetros quadrados no século XVIII. O gelo cobre aproximadamente 80% da superfície da ilha, o que torna a região a fonte de 10% das reservas de água doce do planeta.