Grinch russo: Kiev diz que ‘não vai deixar Putin roubar o Natal’
Após série de ataques contra infraestrutura energética da Ucrânia, capital vai celebrar data sem luzinhas
O prefeito de Kiev, Vitaly Klitschko, disse nesta terça-feira, 29, que a cidade não pode deixar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, “roubar nosso Natal”, enquanto os ucranianos se preparam para celebrar a data em meio a apagões gerados por ataques russos à infraestrutura energética do país.
Árvores de Natal serão erguidas em toda a capital ucraniana para marcar o Natal e o Ano Novo, disse o prefeito, mas a empresa de energia YASNO disse que não serão iluminadas. Grandes eventos permanecerão proibidos pela lei marcial, mas “ninguém vai cancelar o Ano Novo e o Natal, e deve haver uma atmosfera de Ano Novo”, disse Klitschko.
“Não podemos deixar Putin roubar nosso Natal”, acrescentou.
Sua fala ocorre após semanas de ataques aéreos contínuos à rede de energia da Ucrânia, que deixaram grande parte da população sem eletricidade, luz ou água de forma intermitente. Agora, autoridades correm contra o tempo para restaurar os recursos em meio a temperaturas abaixo de 0ºC.
A operadora de eletricidade da Ucrânia, Ukrenergo, disse nesta terça-feira, 29, que estava operando com um déficit de 30%, 3% a mais do que no dia anterior, depois de ter implementado uma série de “desligamentos de emergência” em todo o país em “várias usinas de energia”.
Ainda que apagadas, as árvores de Natal de Kiev serão um sinal de normalidade em meio à guerra. Klitschko afirmou que elas serão instaladas “para lembrar nossos filhos do clima de Ano Novo”.
“Não queremos tirar São Nicolau das crianças”, disse.
Dada a aproximação do inverno, o uso de energia está aumentando, disse a Ukrenergo, acrescentando que esperava que o déficit de energia fosse reduzido à medida que “as unidades retornassem à operação”. Sete ondas de mísseis russos contribuíram para a última rodada de interrupções, segundo a empresa.
A corrida para restaurar operações da rede elétrica ainda deve ser um tema recorrente, já que Putin é acusado de usar a energia como “arma de guerra”. Para se preparar para o inverno, a Ucrânia decidiu construir “centros de invencibilidade”, para dar acesso a água, internet, aquecimento e eletricidade à população.