Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Grávida de sete meses e filho de um ano são mortos em ataque israelense a Gaza

Ambos estavam entre os mais de 400 palestinos mortos em ataque na terça-feira, que marcou a retomada da ofensiva no enclave

Por Sara Salbert 20 mar 2025, 09h37

O Ministério da Saúde palestino identificou nesta quinta-feira, 20, que uma mulher grávida de sete meses e seu filho pequeno estavam entre os mais de 400 palestinos, a maioria mulheres e crianças, mortos em ataques aéreos israelenses lançados contra Gaza dois dias antes, que marcaram a retomada da ofensiva no enclave após um cessar-fogo de dois meses.

Afnan al-Ghanam, de 20 anos, teve seu primeiro filho durante a guerra, há 13 meses, e estava prestes a dar à luz novamente. Ela e seu filho, Mohammed, viviam em Al-Mawasi, um acampamento para famílias deslocadas, que foi atingido por bombardeios na terça-feira 17. Embora a região tenha sido designada como uma zona humanitária há muito tempo, o local foi alvo de diversos ataques durante a guerra.

Alaa Abu Helal, marido de al-Ghanam e pai de Mohammed, estava em Rafah quando o incidente aconteceu. Ele havia voltado à cidade para visitar a casa de sua família, que foi danificada durante guerra. Ao chegar em Al-Mawasi, encontrou sua esposa e filho mortos.

“Este é o banco de alvos deles”, declarou Abu Helal, enquanto segurava o corpo de Mohammed, envolto em pano ensanguentado, no necrotério do Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul do enclave. “Ele nasceu durante a guerra em condições difíceis e foi também martirizado na guerra.”

“Você foge durante a guerra para manter sua família e filhos seguros. Mas então, aqui, ele está morto”, continuou. “Todos eles estão mortos.”

Continua após a publicidade

Retomada da guerra

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou na terça-feira que os intensos bombardeios ao território palestino, que fizeram colapsar o cessar-fogo firmado em janeiro, são “apenas o começo”. Os ataques, segundo ele, continuarão até que o governo israelense alcance os seus objetivos na guerra em Gaza: erradicar o grupo terrorista palestino Hamas e libertar todos os reféns, mantidos em cativeiro desde 7 de outubro de 2023.

+ Bombardeios israelenses matam 70 em Gaza e exército inicia operação terrestre

Na quarta-feira, pelo menos 13 pessoas foram mortas por bombardeios israelenses no território palestino, incluindo dois funcionários das Nações Unidas. Já na terceira noite consecutiva de ataques a Gaza, nesta quinta-feira, pelo menos 70 palestinos foram mortos e dezenas ficaram feridos.

Continua após a publicidade

Futuro de Gaza

A retomada dos ataques é um trágico retrato de semanas de estagnações nas negociações para iniciar a segunda fase do acordo de cessar-fogo, que previa a libertação dos mantidos em cativeiro e a saída total das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Não saiu do papel. Com trocas de farpas, Israel e Hamas acusavam-se mutuamente de violar os termos da trégua, revelando a fragilidade do pacto.

A primeira fase levou, ao longo de seis semanas, à troca de 25 reféns israelenses vivos e os restos mortais de outros oito, em troca da libertação de cerca de 1.800 palestinos detidos e em prisões de Israel. Também permitiu a entrada de ajuda humanitária no enclave e o retorno da população local às suas casas no norte de Gaza.

Bibi mostrou oposição consistentemente a qualquer fim permanente da guerra em Gaza, em parte devido a um cálculo político doméstico. Impopular, com vantagem de apenas dois votos no Parlamento, ele se desdobra para agradar aos partidos radicais religiosos que sustentam sua coalizão e são contra concessões em Gaza em meio a intensas pressões, inclusive dos Estados Unidos, para pôr fim ao conflito que se estende por mais de um ano e já matou, em números oficiais, quase 50 mil palestinos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.