‘Grande coalizão’ pode pôr fim a impasse para governo na Alemanha
Angela Merkel convida Partido Social-Democrata, aliado do governo em oito dos últimos doze anos, para conversas sobre possível coalizão
O impasse para a formação de um governo na Alemanha entra em um novo estágio. Depois do fracasso das negociações com liberais e Verdes, Angela Merkel busca o apoio da principal sigla de oposição, o Partido Social-Democrata (SPD), para um governo de ‘grande coalização’. As conversas entre os partidos estão agendadas para começar nesta quinta-feira.
Na data, Martin Schulz, líder do SPD, vai se encontrar com o presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, em reunião na qual também estarão presentes Merkel, como representante da União Cristã-Democrática (CDU), e Horst Seehofer, chefe da versão bávara –a CSU — da sigla governista. O chefe de Estado alemão, cargo simbólico cujas atribuições estão relacionadas à formação de um governo, pediu aos partidos que entrem em acordo para evitar a realização de novas eleições.
“Para nós, é importante garantir a estabilidade no país”, disse Merkel nesta segunda-feira a repórteres na sede da CDU. A chanceler convidou o SDP para negociações “sérias, honestas e engajadas” sobre a formação de um novo governo para lidar com questões internas e também para discutir o posicionamento de Berlim em relação a assuntos como “o Oriente Médio, Rússia e Estados Unidos”, segundo Merkel.
“Temos a firme intenção de formar um governo efetivo”, disse Daniel Gunther, oficial da CDU à frente do Estado de Schleswig-Holstein, a repórteres no domingo, segundo informa a rede de televisão alemã Deutsche Welle. Diversos líderes da sigla se reuniram no fim de semana para discutir a estratégia de uma “grande coalização” após o partido liberal FDP descartar a participação em um governo ao lado de Merkel e dos Verdes. “Acreditamos firmemente que isso não poderia acontecer a partir de um governo de minoria, mas apenas em uma aliança com maioria parlamentar.”
“Não descartamos nenhuma opção”, disse nesta segunda-feira Schulz, que, após o resultado das eleições de setembro, havia eliminado a opção de uma “grande coalizão” com os conservadores governistas. A formação foi responsável, com Merkel na liderança, por governar a Alemanha em oito dos últimos doze anos, com o SPD como “partido-júnior” entre 2005-09 e 2013-17.