Governo Trump processa estado do Maine por não banir atletas trans de esportes femininos
Trata-se de uma escala das tensões entre governadora e presidente dos EUA, que ameaçou cortar financiamentos de Educação do Maine

O governo dos Estados Unidos entrou com um processo nesta quarta-feira, 16, contra o estado do Maine por se recusar a banir atletas transgênero de esportes femininos. A movimentação judicial trata-se de uma escala das tensões entre a governadora do Maine, Janet Mills, e o presidente Donald Trump, que ameaçou cortar financiamentos de Educação do estado caso não cumpra as decisões.
“O Departamento de Justiça não ficará de braços cruzados enquanto mulheres são discriminadas no esporte”, declarou a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi. “Isso também diz respeito à segurança pessoal dessas jovens.”
“Também estamos considerando a possibilidade de retirar retroativamente todo o financiamento que eles (o Departamento de Educação do Maine) recebeu por não cumprir no passado”, acrescentou Bondi.
Em fevereiro, o republicano assinou um decreto para impedir a participação de mulheres e meninas trans em esportes femininos. A ordem teve como base uma interpretação do A disputa gira em torno do Título IX, uma lei federal que proíbe a discriminação baseada no sexo em programas educacionais.
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Posicionamento de Mills
Em comunicado após o anúncio da ação, Mills afirmou que a disputa “nunca foi sobre esportes escolares ou proteção de mulheres e meninas” e acusou o governo Trump de “impor sua vontade”. Ela alegou que “por quase dois meses, o Maine sofreu recriminações do governo federal, que tiveram como alvo crianças famintas em idade escolar, pescadores trabalhadores, idosos, novos pais e inúmeros moradores do Maine.”
“Fomos submetidos a investigações politicamente motivadas que começaram e terminaram sem discussão, deixando poucas dúvidas de que seus resultados eram predeterminados”, disse ela, que informou que há apenas duas estudantes trans que competem como atletas no estado.
Mills e Trump entraram em embate direto durante uma reunião de governadores dos EUA, em 21 de fevereiro. No encontro, o líder americano prometeu cortar o financiamento do estado caso a governadora não agisse conforme o decreto. Sem papas na língua, ela respondeu: “Nos vemos no tribunal.”