Governo chinês demite funcionários de alto escalão da área da Saúde
Pressionado, governo tenta contornar a crise causada pela epidemia do novo coronavírus
Dois funcionários da área da Saúde da província de Hubei, epicentro da epidemia de coronavírus na China, foram demitidos nesta terça-feira, 11, após serem criticados por seu gerenciamento dos esforços para conter a propagação da doença, que já deixou mais de 1.000 mortos.
Os empregados demitidos por decisão do Comitê Permanente do Partido em Hubei foram a diretora da Comissão de Saúde da província, Liu Zingzi, e o principal dirigente do Partido Comunista na comissão, Zhang Jin, informou a emissora estatal CCTV.
Os desligamentos ocorrem no momento em que o governo recebe uma série de críticas devido ao falecimento do médico Li Wenliang, oftalmologista de 34 anos responsável por alertar as autoridades sobre os primeiros casos suspeito de coronavírus, mas censurado pelo aparato de Estado. Por enquanto, Wang Hesheng, ex-vice-ministro da Comissão Nacional de Saúde, substituirá os dois funcionários demitidos.
A crise que acomete o governo se dá pela percepção da população de que as autoridades, além da falta de transparência, levaram tempo demais para reagir aos primeiros alertas sobre a doença. A repercussão negativa da morte de Wenliang foi tão grande que os chineses resolveram enfrentar a censura nas redes sociais do país inundando a internet com críticas a Pequim.
Para tentar contornar essa crise, o presidente da China, Xi Jinping, realizou uma rara aparição pública na segunda-feira 10 em Pequim para visitar hospitais e cumprimentar a população.
A epidemia da nova mutação do coronavírus começou a ser registrada em dezembro de 2019. Até o momento, o vírus matou mais de 1.000 pessoas, quebrando o recorde da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARs) no mundo inteiro, e infectando cerca de 43.000 pacientes.
Para conter a disseminação do vírus, a China colocou em quarentena dezenas de cidades, interrompeu os serviços de transportes publico nas regiões mais afetadas e construiu dois hospitais em menos de dez dias para tratar dos doentes.
(Com AFP)