Furacão Dorian deixa rastro de destruição nas Bahamas
Fortes chuvas e ventos provocaram grandes inundações e deixaram ao menos 13.000 casas destruídas; um menino de 8 anos morreu
O furacão Dorian deixa um “impacto catastrófico” sob as Bahamas nesta segunda-feira, 2, segundo organizações humanitárias. Ao menos 13.000 casas foram destruídas ou danificadas e as fortes chuvas e ventos provocaram grandes inundações. Até agora, há registro de uma morte.
O furacão atingiu o norte do arquipélago neste domingo 1, com chuvas torrenciais e ventos de quase 300 km/h. Por volta das 4h da manhã desta segunda-feira, 2, a tempestade ainda castigava as Bahamas.
Segundo os veículos da imprensa local Eyewitness News e Bahamas Press, um menino de oito anos morreu após se afogar durante uma enchente. Essa foi a primeira morte registrada como consequência do Dorian.
A avó do garoto, Ingrid McIntosh, disse à Eyewitness News que seu neto morreu nas ilhas Ábaco, ao norte das Bahamas. As circunstâncias exatas da morte não foram divulgadas.
De acordo com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), os ventos e chuvas causaram “danos extensos”.
“Ainda não temos uma imagem completa do que aconteceu. Mas está claro que o furacão Dorian teve um impacto catastrófico”, disse Sune Bulow, chefe do Centro de Operações de Emergência da IFRC em Genebra. Segundo ela, muitas pessoas foram deixadas sem abrigo e nos próximos dias precisarão de doações de água potável e assistência à saúde.
Imagens de devastação nas ilhas Ábaco foram compartilhadas pelo Twitter por moradores. Um dos vídeos mostra casas e carros destruídos.
Outras filmagens mostram casas e árvores quase totalmente submersas pela água, após as fortes chuvas.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos classificou o fenômeno como o segundo mais forte registrado na bacia do Atlântico.
“Estamos enfrentando um furacão (…) como nunca vimos antes na história das Bahamas”, disse Hubert Minnis, primeiro-ministro das Bahamas, que começou a chorar durante a entrevista coletiva no domingo. “Provavelmente, é o dia mais triste da minha vida”, acrescentou.
O Centro Nacional de Furacões (NHC), com sede em Miami, informou que ao tocar a terra o Dorian igualou o recorde de furacão mais potente do Atlântico, datado de 1935. Seu diretor, Jen Graham, garantiu que se trata de “uma situação extremamente perigosa”.
Por volta das 4h da manhã do horário de Brasília, o centro divulgou um comunicado informando que o Dorian deve continuar a castigar as Bahamas durante todo o dia de hoje e amanhã.
“Embora esteja previsto um enfraquecimento gradual, espera-se que o Dorian permaneça um furacão poderoso nos próximos dias”, afirmou o NHC.
Ainda segundo o centro, a expectativa é que o furacão não atinja diretamente os Estados Unidos. O Dorian deve passar “perigosamente perto” da costa da Flórida, mas a previsão é que não toque o solo na região.
Após vários dias de incerteza sobre sua trajetória, os estados do sudeste dos Estados Unidos – Flórida, Geórgia e Carolina do Sul – ordenaram a saída dos moradores da costa, um grande êxodo que afeta centenas de milhares de pessoas.
A Flórida emitiu suas primeiras ordens de retirada obrigatória para Palm Beach e para o condado de Martin.
O governador da Carolina do Sul, Henry McMaster ordenou a saída obrigatória da costa, o que afetará 800.000 pessoas. A Geórgia adotou a mesma medida para seis condados.
Os três estados declararam estado de emergência, assim como a Carolina do Norte. A medida permite uma mobilização maior dos serviços públicos estaduais e recorrer, em caso de necessidade, à ajuda federal.
(Com AFP)