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Funcionário do governo americano não descarta uso de força na Venezuela

Em conferência com jornalistas, sob a condição de ter identidade preservada, empregado de Trump disse ser 'irresponsável' descartar intervenção

Por AFP Atualizado em 27 fev 2019, 01h32 - Publicado em 27 fev 2019, 01h32

Os Estados Unidos consideram “irresponsável” descartar uma intervenção na Venezuela para propiciar a saída do poder de Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira (27) um alto funcionário do governo de Donald Trump, tachando o presidente de “ditador”.

“Seria irresponsável que o governo dos Estados Unidos descartasse o uso das forças militares”, disse o funcionário, durante audioconferência com jornalistas sob a condição de ter sua identidade preservada.

A fonte se pronunciou em Bogotá, para onde viajou na segunda-feira junto ao vice-presidente americano, Mike Pence, para participar de uma reunião do Grupo de Lima sobre a situação na Venezuela, sacudida há um mês pela disputa de poder entre Maduro e o líder do Legislativo, Juan Guaidó, reconhecido presidente interino pelos Estados Unidos e meia centena de países.

A cúpula do bloco regional, criado em 2017 por uma dúzia de países latino-americanos e o Canadá para buscar uma saída pacífica para a crise venezuelana, concluiu com uma declaração que exclui a opção militar.

“Respeitamos obviamente a postura do Grupo de Lima e são importantes aliados nossos, particularmente na via diplomática”, disse o alto funcionário americano.

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“Mas os Estados Unidos não somos membros do Grupo de Lima, somos observadores. E em questões de uso de força militar, essa é claramente uma decisão do presidente e do governo dos Estados Unidos. São duas coisas separadas”, acrescentou.

O funcionário reiterou que a alternativa militar na Venezuela é algo que Trump “deixou muito claro” e destacou que Pence afirmou ao Grupo de Lima que a Casa Branca considera “absolutamente” todas as possibilidades para resolver a crise.

Enviado americano desmente autoridade russa

Mais cedo, porta-vozes dos Estados Unidos negaram que haja algum plano para o uso da força.

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O posicionamento veio em resposta a uma graduada autoridade de segurança russa que acusou Washington de mobilizar forças em Porto Rico e na Colômbia em preparação para uma intervenção militar na Venezuela.

“Os Estados Unidos estão preparando uma invasão militar de um Estado independente”, disse Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, segundo o jornal Argumenty i Fakty.

Entretanto, o enviado especial dos EUA para a Venezuela, Elliott Abrams, quando questionado nesta terça-feira se Washington está se preparando para tomar ações militares na Venezuela, respondeu: “Não”.

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“O presidente tem dito que todas as opções estão sobre a mesa. Presidentes sempre dizem isso e o fazem corretamente. Entretanto, não cabe aos russos falar sobre intervenção militar uma vez que eles desmembraram tanto a Geórgia, quanto a Ucrânia”, disse Abrams a repórteres na Organização das Nações Unidas (ONU) antes de um reunião do Conselho de Segurança sobre a Venezuela.

(Com AFP e Reuters)

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