França registra recorde de calor com 45,1°C
Onda de calor na Europa é consistente com mudança climática e mais está por vir, diz ONU
A França registrou a temperatura mais alta de sua história nesta sexta-feira, 28. Os termômetros marcaram 45,1°C em Villevieille, no sul do país, pouco depois das 15h do horário local.
Algum tempo antes, a cidade de Carpentras, cerca de 100 quilômetros a leste de Villevieille, marcou 44,3° C. O recorde anterior do país, registrado durante uma onda de calor letal em 2003, era de 44,1°C.
A agência estatal de meteorologia Meteo France emitiu alertas de calor para quatro regiões diferentes, todas no sul da França. O restante do país está todo sob alerta laranja, o segundo mais grave em uma escala de quatro níveis.
Cerca de 4.000 escolas francesas foram fechadas nesta sexta e os horários de funcionamento de parques e piscinas públicas foram estendidos em todo o país.
A onda de calor atinge toda a Europa. Alemanha, Polônia e República Checa registraram suas temperaturas mais altas para o mês de junho nesta semana.
Na Espanha, bombeiros lutam para acabar com um incêndio florestal na região da Catalunha. O fogo já destruiu 6.000 hectares e segue se espalhando.
De acordo com a Brigada de Incêndio da Catalunha, o incêndio provavelmente começou após uma pilha de esterco armazenada indevidamente ter entrado em combustão espontânea, causando faíscas.
Aquecimento global
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), este ano deve ficar entre os mais quentes da história – isso faria do ciclo 2015 a 2019 o período de cinco anos mais quente já registrado.
É muito cedo para atribuir definitivamente a atual onda de calor da Europa à mudança climática, mas ela é “absolutamente consistente” com extremos relacionados ao impacto das emissões de gases do efeito estufa, disse a agência das Nações Unidas nesta sexta.
“Ondas de calor se tornarão mais intensas, mais delineadas, mais extremas. Vão começar mais cedo e terminar mais tarde”, disse a porta-voz da OMM, Clare Nullis, em coletiva de imprensa em Genebra.
“Ainda estamos apenas no final de junho, mas parece provável que a Terra esteja pronta para atravessar seus cinco anos mais quentes já registrados, de 2015 a 2019”, disse ela. De janeiro a maio, 2019 ficou ranqueado como o terceiro ano mais quente, acrescentou ela.
Negociadores do G20 em Osaka, Japão, estão em uma disputa pela linguagem de um comunicado da reunião sobre o combate à mudança climática, com os Estados Unidos buscando diluir a linguagem sob oposição europeia, de acordo com fontes e esboços do texto.
(Com Reuters)