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França anuncia plano para levantar restrições contra o coronavírus

Plano 'controlado' prevê reabertura do país no 11 de maio, mas tem condições rígidas, como casos diários abaixo de 3.000 e 700.000 testes por semana

Por Da Redação
Atualizado em 28 abr 2020, 16h47 - Publicado em 28 abr 2020, 16h23

O primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, anunciou nesta terça-feira, 28, diretrizes para um “progressivo e controlado” relaxamento das restrições para conter o coronavírus no país. As medidas passarão a valer no dia 11 de maio, desde que o número diário de novos casos no país fique abaixo dos 3.000.

Philippe disse que o confinamento rigoroso implementado na França há seis semanas salvou ao menos 62.000 vidas. A França é um dos países mais atingidos pelo coronavírus, com mais de 166.000 casos confirmados e 23.000 mortes. O número de novos casos diários ficou abaixo de 3.000 no dia 15 de abril, e nas últimas duas semanas, a média foi de 2.162 casos por dia.

Segundo o primeiro-ministro, desde que os números permaneçam assim, é hora suspender o bloqueio para evitar o colapso econômico.

“É uma linha tênue que precisamos seguir. Se formos descuidados demais, a epidemia recomeça. Se tivermos cautela demais, o país inteiro afunda”, disse Philippe. “Se as taxas de infecção não continuarem a cair, não vamos suspender o bloqueio no 11 de maio, ou teremos mais rigor”, completou.

O premiê também afirmou que pretende estender o estado de emergência até 23 de julho, que permite ao governo restringir a liberdade de movimento, negócios e aglomerações por decreto.

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O plano francês

Para suspender as restrições com segurança, a França pretende realizar pelo menos 700.000 testes de coronavírus por semana até o dia 11 de maio. No caso de resultados positivos, todos os que tiveram contato próximo com o indivíduo também serão testados. Essas pessoas devem fazer uma quarentena obrigatória por 14 dias, em casa ou em um local disponibilizado pelo governo.

A maioria das lojas – exceto cafés, bares, restaurantes e qualquer comércio em shopping centers – poderá reabrir a partir de 11 de maio. Todas as empresas deverão fornecer máscaras aos seus empregados, caso não seja possível trabalhar à distância. Neste cenário, o governo deve solicitar um escalonamento das horas de trabalho, introduzindo turnos.

Philippe prometeu que máscaras estarão disponíveis para compra no site da agência postal e prometeu auxílio a pequenas empresas, se necessário. Além disso, 5 milhões de máscaras serão disponibilizadas semanalmente para a população mais vulnerável.

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O uso de proteção para o nariz e boca será obrigatório no transporte público, que deve retornar a 70% da capacidade na mesma data. Também será preciso usar máscaras em ambientes de trabalho onde não seja possível manter os empregados trabalhando de casa – nesse caso, será solicitado às empresas que escalonem as horas de trabalho, introduzindo turnos.

Para que os adultos possam voltar ao mercado, escolas infantis reabrirão a partir de 11 de maio, mas os pais podem optar por manter os filhos em casa. O ensino a distância permanecerá gratuito e operante.

O governo deve considerar a reabertura de escolas de Ensino Médio a partir de 18 de maio, em distritos menos atingidos pela pandemia. Universidades devem voltar a funcionar no início de junho.

Franceses poderão socializar em grupos de até 10 pessoas, além de circular livremente sem certificados que justifiquem suas atividades. Esportes individuais serão permitidos, mas as praias e alguns parques permanecerão fechados pelo menos até junho.

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O medo da segunda onda

A França, cujo bloqueio restrito foi estabelecido no meio de março, teme uma nova onda de infecções caso o país seja reaberto muito rapidamente. Na Alemanha, onde uma parte do comércio reabriu na semana passada e alguns alunos voltaram às aulas na segunda-feira 28, surgiram os primeiros sinais de que a transmissão do vírus havia aumentado novamente, reporta o jornal britânico The Guardian.

A taxa de infecção subiu de 0,7 para 1,0, o que significa que infectado transmite o vírus a ao menos uma outra pessoa, segundo autoridades de saúde do país. Ministros e virologistas enfatizaram que o número deve ser mantido abaixo de 1,0.

A chanceler alemã, Angela Merkel, havia alertado na semana passada que alguns dos 16 estados do país estavam levantando as restrições rápido demais, arriscando desperdiçar suas conquistas em conter a pandemia. A cautela francesa, apesar do risco de o país “afundar”, está longe de ser infundada.

(Com Reuters)

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