Terremoto mais forte em 140 anos deixa ao menos cinco mortos na Croácia
'Minha cidade está completamente destruída, temos crianças mortas', diz prefeito de Pretinja, a cerca de 60 km da capital Zagreb
Um poderoso sismo de magnitude 6,4 foi registrado na Croácia na manhã desta terça-feira, 29, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), provocando o desabamento de prédios na cidade de Petrinja, no centro do país.
Segundo o Centro Sismológico Euromediterrâneo, o sismo, o mais forte em 140 anos no país, seria de magnitude 6,2 e de profundidade de 10 quilômetros. O tremor foi sentido com força também na capital, Zagreb, onde moradores assustados saíram às ruas.
A rede estatal croata HRT confirmou que uma jovem de 13 anos morreu na cidade de Petrinja. “O centro de Petrinja não existe mais”, afirmou a HRT em boletim. “Uma menina morreu e há feridos e pessoas dentro de prédios desabados”.
Em comunicado à emissora, o prefeito da cidade, Darinko Dumbovic, disse: “Minha cidade está completamente destruída, temos crianças mortas”.
Outras quatro pessoas, entre elas um pai e um filho, morreram na cidade de Glina, segundo a agência de notícias croata Hina, citando o vice-prefeito.
Em um vídeo publicado pela rede Sky News, é possível ver pessoas retirando um menino de destroços após o terremoto.
This young boy was pulled from the rubble after an earthquake in Croatia.
The 6.3 magnitude quake hit Croatia, with reports of one death, "many" injuries and damaged buildings near Zagreb.
Read more on the #earthquake here: https://t.co/9htI7sqnVI pic.twitter.com/6LWHS9Yx1z
— Sky News (@SkyNews) December 29, 2020
Imagens da cidade, de cerca de 20.000 habitantes, mostravam o colapso de telhados e ruas com escombros. O tremor se deu um dia após um sismo de menor magnitude em Petrinja que causou danos em edifícios.
Países vizinhos
Os Bálcãs são uma zona de forte atividade sísmica, e esses fenômenos são frequentes. A planta nuclear eslovena de Krsko foi fechada de forma preventiva, informou uma porta-voz da central atômica.
“Posso confirmar o fechamento preventivo” da unidade, disse a porta-voz Ida Novak Jerele à AFP. Segundo a agência de notícias STA, trata-se de um “procedimento normal em caso de fortes terremotos”.
Our colleagues from Croatian Red Cross are on the ground assisting at the epicentre of the #earthquake at #Petrinja #croatia @crvenikriz_hr pic.twitter.com/tEJ58O8eab
— IFRC Europe (@IFRC_Europe) December 29, 2020
O terremoto também foi sentido na capital da Eslovênia, Liubliana, assim como em vários países da região, especialmente na Hungria e na Áustria, relataram testemunhas em depoimentos aos jornais.
Construído na época iugoslava e em funcionamento desde 1983, o reator do tipo Westinghouse de Krsko, de 700 megawatts de potência, é o único da Eslovênia. O país compartilha este sítio nuclear com a Croácia.
Chegou-se a programar o encerramento de sua atividade para 2023, após 40 anos de funcionamento. Em 2015, porém, Liubliana e Zagreb decidiram prolongar sua atividade por mais 20 anos, apesar dos protestos de várias ONGs.
A central cobre em torno de 20% das necessidades elétricas da Eslovênia, e 15%, no caso da Croácia.